Janones e o faro de Lula - por Helcio Albano
André Janones (Janone-o-quê?) foi convidado por Lula para uma conversa. Você não tá ligando o nome a pessoa? Ele é o deputado federal mineiro, evangélico, que ganhou destaque como liderança da greve dos caminhoneiros em 2018 e que igualou o recorde da sertaneja Marilia Mendonça numa live assistida por mais de 3,3 milhões de pessoas em que defendeu o auxílio emergencial de R$ 600 em 2020.
Ah, e claro! É candidato à presidência do Brasil pelo Avante, com 2% das intenções de votos, mesmíssima pontuação da terceira-viista Simone Tebet (MDB).
A "revelação do campeonato", como diz o antropólogo e podcaster Orlando Calheiros, que começou sua vida política no PT (2003-12) se reuniu com o líder petista esta semana que lhe fez um pedido para que refletisse sobre qual o papel queria desempenhar na "defesa da democracia nos próximos quatro anos".
Diz-se que Lula acenou com sua reentrada no partido e até com um Ministério na área social, praia de Janones, o arrasta-multidões do Facebook e do YouTube. Não duvido.
O que faz Lula com isso? Política. Simples assim. Todas as pesquisas dão Lula já no primeiro turno sem a presença do deputado na disputa. E mais: Lula sabe que está em fim de carreira e precisa preparar sucessores "teimosos" iguais a ele. Haddad é tucano. E só Boulos é muito pouco. Em entrevista ao UOL Lula deixou claro que esta é sua última eleição, independente do resultado.
Essa cartada mostra por A + B que Lula, muito antes de ser petista, é lulista.
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