Janeiro, mês da Visibilidade Trans no Brasil
Por Félix Lino
Olá querides!!!
Já começamos 2024 bombando...
Janeiro no Brasil é o mês da Visibilidade Trans.
Neste mês tivemos muitas atividades espalhadas no país, uma delas que é histórica foi: Após 20 anos de lutas pela visibilidade trans, a pauta alcançou um patamar histórico na noite dessa segunda-feira (29), durante evento ocorrido no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Repleto de falas impactantes e de anúncios voltados para a proteção e promoção dos direitos das pessoas trans no Brasil, o evento contou com a presença do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e marcou a instituição do prêmio Fernanda Benvenutty, que homenageou iniciativas de promoção de direitos e de formulação de políticas voltadas à cidadania e à dignidade das pessoas trans ao longo dos últimos 20 anos. Foi lindo e emocionante de ver.
Vou contar um pouco da história da visibilidade trans no Brasil, que tem avançado ao longo do tempo. Décadas Passadas, Até meados do século XX, a visibilidade trans era escassa, e as pessoas trans enfrentavam forte estigma social.
Anos 90: Surgiram os primeiros movimentos de ativismo trans no Brasil, com destaque para a luta pelos direitos e visibilidade. Início dos anos 2000: A visibilidade trans ganhou força com eventos e paradas LGBTI+, proporcionando espaços para expressão e reivindicação de direitos.
Avanços Legislativos: O reconhecimento legal começou a se fortalecer, com medidas como a inclusão do nome social e a criminalização da discriminação por identidade de gênero.
Meios de Comunicação e Redes Sociais: A visibilidade trans aumentou com personalidades trans na mídia, impulsionando a representação positiva e desafiando estereótipos.
Lutas Contínuas: Apesar dos avanços, persistem desafios, incluindo a violência e discriminação, destacando a importância contínua da visibilidade trans para promover a compreensão e a igualdade no Brasil.
Governo: no início do 3° mandato do presidente Lula foi lançado a Secretária Nacional dos Direitos das pessoas LGBTI +, que tá agitando o país com a Secretária Symmy Larrat.
Temos algumas conquistas como pessoas trans na política também mas temos muito ainda pra alcançar, Não acabou, até mesmo porque o preconceito e a falta de respeito permanecem crescentes...
Vindo pra São Gonçalo RJ, só avançamos na questão do Centro de Referência Municipal aprovado no governo Nanci, aprovada em lei, ainda é a única política pública comprovada na cidade pois foi uma luta conjunta e coletiva de ativistas e coletivos que se uniram para conseguirmos um local adequado de atendimento social.
Tivemos também ao longo desses 21 anos de luta aqui na cidade, mais outras 3 leis aprovadas para a população lgbti+ no geral (entre elas o conselho que não funciona por erros no texto) e o 1° homem Trans da história da cidade eleito em um conselho municipal (este que vos fala).
Ainda falta muito pra chegar pareado a algumas cidades que já avançaram tanto em políticas públicas quanto sociais.
Dia 29 de janeiro foi o dia da Visibilidade Trans (temos o dia mundial também mas depois conto essa história pra vocês!).
Em São Gonçalo não tivemos avanços para a população trans, ainda vivemos a exclusão, o abandono, a falta de solidariedade, o preconceito, falta de respeito e empatia, falta de amor, o apontar de dedos e risadas de deboche com nossos corpos. Embora seja um direito nosso como nos vestimos, andamos e/ou nossos comportamentos que é apenas e exclusivamente problema nosso (e tá tudo bem), nos falta educação de qualidade, nos falta acesso à saúde, ao lazer, à cultura, etc.
Nos falta tudo menos nosso orgulho de ser quem somos para continuar lutando pelo que queremos.
Finalizo aqui falando sobre uma pergunta que me fizeram essa semana. Vieram me perguntar o seguinte:
- Vocês não acham que já conseguiram muito não, o que mais vocês querem?
Eu respondi: enquanto tivermos que lutar por direitos, resistir para existir e brigar por respeito ainda não conseguimos nada, então continuaremos lutando e avançando cada vez mais!
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Félix Lino é presidente do grupo Liberdade Santa Diversidade em defesa dos direitos humanos. @felixlinooficial