Hora de unir o país e construir a cidade que queremos
Por Helcio Albano
Ontem, de modo épico, o povo brasileiro deu a Luís Inácio Lula da Silva uma missão: reunificar um Brasil desconfigurado e fraturado pelo ódio. Se em 2002 a missão do pernambucano de Caetés era acabar com a fome e a miséria no país, dessa vez o desafio será ainda maior. E exigirá de todo o seu povo um encontro consigo mesmo.
Tal coisa só será possível de acontecer sem rancor e ressentimentos por parte dos vencedores. Porém, sem esquecer dos crimes cometidos por Bolsonaro e acólitos dentro e fora do governo. E isso não é vingança.
Eu sei que é difícil. O que se convencionou chamar bolsonarismo está muito além de um fenômeno político. Ele é social. Fincou raízes e perpassa todas as classes. Em muitos casos, em cores protofascistas até. Mas quero acreditar que seu caráter violento e intolerante não é predominante. Daí o meu otimismo.
Aqui em São Gonçalo, contrariando prognósticos de gente abalizada nos paranauês, Bolsonaro venceu em todas as zonas eleitorais. E com uma votação ainda mais robusta que no 1º turno. E não adianta jogar esses resultados no colo dos evangélicos. Que podem ter ajudado a amalgamar o fenômeno na cidade, mas não o explica.
O troço vai muito além e convida todos os democratas e progressistas a fazer uma reflexão: por que parte da população mais pobre resolveu abraçar seus algozes?
Lá no início disse que o povo precisa se reencontrar consigo mesmo. Pois bem, sorte nossa que temos o Lula pra promover esse "match" novamente.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.