Haja Coragem! Por Cristiana Souza

Caros leitores, irei abordar nesta escrita a minha percepção no que diz respeito a esse período de retirada de direitos do qual estamos passando.
Quando iniciei a graduação do curso de Serviço Social, o Brasil estava vivendo um período de crescimento econômico, de investimento em políticas públicas, emprego e renda. No ano de 2013, a Assistência Social, de "prima pobre" da Seguridade Social, passou a ter protagonismo, na perspectiva de investimentos em políticas sociais e passamos a vislumbrar um país com justiça social.

Nesse sentido houve um crescimento na procura pela graduação em Serviço Social, e eu faço parte desse movimento, quando optei em fazer a transferência do curso de Jornalismo.
O acesso às Universidades passou a ser uma realidade para jovens e adultos que antes tinham o espaço para o ensino superior como algo de difícil acesso.
Enem, ProUni, Fies, foram políticas afirmativas que viabilizaram a nossa entrada no espaço acadêmico.
"Juro, no exercício da minha profissão, ter compromisso ético, político e profissional com a sociedade. Defender os direitos sociais e lutar pela eliminação de todas as formas de preconceito. Fortalecer a democracia visando à emancipação humana. Contribuir com a construção de uma nova ordem societária, justa e igualitária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero."
Esse é o juramento que nós, Assistentes Sociais, fazemos ao nos formar. E eu o fiz de forma plena e verdadeira após quatro anos de aprendizado e apreensão no que diz respeito à luta por uma sociedade mais justa e igualitária.
Mas aí veio o ano de 2016, e com ele a cassação da presidenta Dilma Rousseff, a partir desse momento começamos a viver um processo de retirada dos direitos sociais, trabalhista e previdenciário.

Hoje enfrentamos uma miríade de problemas criados por uma política capitalista neoliberal, causando a cruel expansão das desigualdades sociais, da miséria, da fome, do desemprego – isso só para citar alguns exemplos do mal gerado por essa hegemonia da razão neoliberal.
Infelizmente demandará muito tempo para que o Brasil consiga reparar tanto retrocesso e injustiças. E haja resistência e coragem para o povo brasileiro, e eu sendo assistente social não posso desistir de lutar por uma sociedade mais justa e igualitária.

Cristiana Souza é Assistente Social.
