Governo da Bolívia nega ataque contra carro de Evo Morales e diz que segurança do ex-presidente disparou contra policiais
O ministro de Governo da Bolívia, Eduardo del Castillo, negou nesta segunda-feira (28) que o carro do ex-presidente Evo Morales tenha sido atacado pela polícia do país. De acordo com ele, o veículo que transportava o ex-mandatário fugiu de uma operação policial que estava na estrada da cidade de Villa Tunari.
Em entrevista coletiva, o ministro disse também que os seguranças de Evo dispararam contra os policiais depois do início da perseguição. Um policial teria ficado ferido. Castillo questionou também o porque Morales teria fugido da operação policial e disse que o carro em que ele estava deveria ser entregue à policia.
"O que Evo Morales escondia em seu veículo e por que não quis ser revistado? Senhor Morales, quem lhe deu permissão para usar armas de fogo? Quem são as pessoas que estavam armadas em seu veículo? Senhor Morales, se o senhor não tem nada a esconder, pedimos que entregue esse carro à polícia e façamos uma investigação para descobrir o que existia dentro desse veículo”, disse.
Evo Morales publicou no domingo (27), em seus perfis nas redes sociais, um vídeo do momento em que o carro em que ele estava era alvo de tiros. De acordo com a denúncia de Morales, trata-se de um atentado cujos autores seriam quatro homens encapuzados e vestidos de preto. O ex-presidente disse que a perseguição aconteceu quando ele viajava de sua casa em Villa Tunari á cidade de Chimoré.
No vídeo, é possível ver marcas de tiros no vidro dianteiro do veículo. O motorista, em determinado momento, para o carro na estrada e a pessoa que está filmando desce do veículo. Ao retornarem para o carro, outro homem, com sangue na cabeça, assume a direção. O ex-presidente fala ao telefone, pedindo ajuda. "Rápido, estão disparando", diz Morales.
Durante o pronunciamento, Castillo também questionou o que seria uma “edição” nos vídeos de Morales. Segundo ele, há inconsistências no horário que aparece em um relógio no carro de Evo. De acordo com o ministro, os vídeos foram gravados às 06h27, horário em que já teria começado a perseguição, e que Evo omitiu os disparos de sua equipe de segurança contra os policiais. Ele, no entanto, não deu detalhes sobre os horários corretos.
Ele respondeu também à denúncia de que os policiais teriam atirado contra os pneus do carro de Evo e chamou as acusações do ex-presidente como “teatro”.
“Ninguém acredita que uma pessoa possa dirigir a 170 quilômetros por hora sem os pneus, porque supostamente teria levado um tiro. Gostaria de conhecer uma pessoa no mundo que pudesse dirigir a 170 quilômetros por hora com dois pneus estourados, supostamente por ter recebido tiros”, disse.
Apoiadores de Evo cercaram o quartel responsável pela operação para pedir que os militares explicassem os ataques e pediram que fossem entregues os veículos usados na operação. Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver um militar confirmando que os carros eram de policiais e entregou as caminhonetes aos manifestantes. Eles incendiaram os veículos em protesto
Morales questionou a ação do presidente Luis Arce e cobrou a demissão dos ministros envolvidos. “Se Luis Arce não deu a ordem para esta tentativa de assassinato, ele deve demitir e processar imediatamente Eduardo del Castillo e Edmundo Novillo, ministros de Governo e Defesa, junto com todos os policiais que participaram”, escreveu o ex-presidente em suas redes sociais.
*Com informações Brasil de Fato
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