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Fusca azul

Foto do escritor: Jornal DakiJornal Daki

Por D.Freitas

Foto: Pixabay
Foto: Pixabay

Ela era totalmente estranha. Não é algo que falo pra ofendê-la porque é justamente o que me fez pedir pra que ela viesse pra minha vida. Feliz fui eu quando ela aceitou e mais feliz ainda fui pelo tempo em que resolveu ficar. Começamos bem.


Tinha uma mania que veio de algum filme e pintava seu cabelo quase todo mês de uma cor extravagante diferente. Tínhamos uma brincadeira inspirada em uma pegadinha infantil em que nos estapeávamos sempre que passasse um Fusca que condizia com a última cor que ela pintou os fios (que originalmente eram loiros). Gostei de saber esse segredo que parecia íntimo, contei alguns dos meus e talvez a tenha assustado. Ou talvez ela tenha partido porque assim como enjoava do cabelo enjoava das pessoas. 


Terminamos bem. Não tivemos tempo de criar mágoas mas confesso que já tive tempo de sentir saudade. 



Hoje passei por alguns fuscas azuis (me perguntei se seu cabelo poderia estar nessa cor) e procurei sua perna no banco do carona. Já estou velho demais para brincar de estapear, mas confesso que senti falta desses momentos tão descontraídos que, vistos de fora, provavelmente seriam estranhos. 


Talvez eu tenha uma queda por manias incomuns assim como tenho por pessoas incomuns. Inclusive, se estiver lendo isso, peço desculpas por te chamar de estranha, você apenas é incomum... Ou melhor... Você é incomum e por isso nunca será só "apenas".


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Davi Freitas (D.Freitas) nasceu em São Gonçalo, cria da cultura gonçalense, desde sempre conviveu com músicos, poetas e escritores. autodidata, aprendeu violão e bateria sozinho e junto com o irmão Lucas Freitas fez algumas apresentações até ter, por motivos profissionais, que mudar de estado. Como escritor, participou, pela Editora Apologia Brasil da Antologia em Tempos Pandêmicos e inicia agora sua trajetória no mundo das crônicas e contos. 

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