Foi-se Chico, o Papa gente boa

Por Helcio Albano

O papa gente boa/Foto: Agência Brasil - Lusa

Foi-se Chico.

O Papa mais bacana depois de João XXIII nos deixou hoje (21) com a idade do duplo infinito, 88 anos.

Jorge Mario Bergoglio, que se fez jesuíta se autodenominando Franscisco, tinha como o maior dos ensinamentos a parábola do Bom Samaritano contada por Jesus a um fariseu do Templo: o verdadeiro próximo é aquele que tem misericórdia e ajuda o necessitado, independentemente de sua raça, religião ou status social.

E por seguir à risca tal ensinamento, tal qual o Cristo, foi odiado - e, veja você! - até chamado de comunista.

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Francisco chega ao papado em 2013 como um fenômeno anticíclico à onda conservadora e reacionária da extrema direita mundial, que já mostrava as suas garras e se materializaria em 2016 com a primeira eleição de Trump. Suas pautas progressistas em defesa dos mais pobres, das minorias - inclusive do público Lgbtia+ - e do meio ambiente inspiraram e esperançaram o mundo em meio ao ambiente tóxico da intolerância. E isso, claro, irritou muita gente que não disfarçava o ódio ao Santo Padre.

Como um mau agouro, o vice-presidente JD Vance dos EUA chegou a Roma na Sexta da Paixão. No Sábado de Aleluia foi recebido no Vaticano por um cardeal, o que gerou falatório: por que o Papa não o recebeu?

No domingo, depois da Missa de Páscoa, Francisco cede à diplomacia e recebe Vance. Horas depois, na madrugada, é anunciada a sua morte.

Francisco via com temor o retorno de Trump à Casa Branca, pois sabia que sua grande cobiça é o Trono de São Pedro.

E, anota aí: o "orange man" fará de tudo pra colocar um "laranja" nesse trono...

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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.