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'Fim da escravidão foi um grande erro', diz influenciador redpill de extrema-direita; vídeo

Nas redes sociais, Trezoitão se apresenta como anarcocapitalista e redpill, doutrinas que visam a extinção do Estado para a regulamentação exclusiva do mercado e o masculinismo em confrontação ao movimento feminista

Renato Amoedo, conhecido como Trezoitão, em crítica ao fim da escravidão. Foto: reprodução

O influenciador Renato Amoedo, conhecido na internet como Renato Trezoitão, defendeu em um podcast que o fim da escravidão no Brasil foi um erro cometido pela monarquia contra os “empresários” da época. Durante a transmissão ao vivo no Podcast Três Irmãos, em 27 de novembro, ele afirmou que “um dos grandes motivos do império ter acabado, foi a revogação de propriedade”, se referindo aos negros como bens.


Nas redes sociais, Trezoitão se apresenta como anarcocapitalista e redpill, doutrinas que visam a extinção do Estado para a regulamentação exclusiva do mercado e o masculinismo em confrontação ao movimento feminista. Ele também é autor do livro “Bitcoin Red Pill”, que associa o uso de criptomoedas à suposta libertação dos homens.


No corte que viralizou nos últimos dias, Renato aparece falando que “a escravidão acabaria antes da Segunda Guerra Mundial, sem revogar a propriedade de ninguém”. Trezoitão, que atua como perito criminal do Departamento de Polícia Técnica da Bahia, também defendeu que essa “chaga”, de intervenção estatal, chegou em nossa geração partindo da Lei Áurea.


“Você já viu alguém dizer que a Lei Áurea pode ter sido um grande erro do Brasil?”, provocou, ignorando que fomos o último país independente a abolir a escravidão. Na mesa, os apresentadores do podcast ficaram em silêncio, visivelmente constrangidos, mas não rebateram o argumento.


O youtuber Wilker Leão, membro do Movimento Brasil Livre (MBL), também participava do episódio e não rebateu os argumentos racistas, limitando-se apenas a dizer que essa é “uma questão complexa”.


“Não podia importar escravos, quem nascesse não era escravos, quem nasceu 60 anos não era escravos”, iniciou a linha de pensamento. Vale lembrar que o Reino Unido proibia a circulação de navio negreiros dos portugueses e as leis do Ventre Livre e dos Sexagenários foram uma resposta após as sanções colonialistas, não por vontade da coroa brasileira.



“O fim da escravidão ia ser gradual, mas chegou a princesa e disse: ‘Toda propriedade sua agora não vale merda nenhuma’. O proprietário de escravo fica feliz com a monarquia? A monarquia não existe para manter a relação natural para garantir seus direitos?”, indagou, considerando apenas os direitos de brancos terem escravos, e ignorando a de negros a não serem escravizados.


Na linha de questionamentos contra a Lei Áurea, Trezoitão ainda perguntou como a rainha poderia “revogar a propriedade sem indenizações”. Após o fim da escravidão, a população negra, principalmente, não teve nenhuma compensação pelas gerações de torturas e incentivo para iniciarem a vida como cidadãos reconhecidamente brasileiros.


“A [Lei Áurea] foi uma lei que violou os direitos estabelecidos e que trouxe insegurança jurídica e impopularidade à casa imperial”, determinou.


Via DCM.


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