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Execução de médicos obriga país a reagir

Por Helcio Albano

Sâmia, Glauber e Diego/Foto: Reprodução eX-Twitter
Sâmia, Glauber e Diego/Foto: Reprodução eX-Twitter

Médicos do mundo inteiro vêm ao Rio para um Congresso de Ortopedia. O tema do evento, que reúne milhares desses profissionais na Barra da Tijuca, é cirurgia de reparação de tornozelo. Quatro desses médicos, três deles muito jovens e talentosos em sua profissão, aproveitam a agradável noite carioca para bebericar num dos quiosques do calçadão da praia.


Era pouco mais de meia-noite. Um carro branco para bruscamente do outro lado da rua. Três homens com blusas pretas e movimentos coordenados, desembarcam do veículo com armas em punho e correm em direção da mesa onde os médicos estão sentados.


Cada assassino se concentra em uma vítima com disparos na cabeça. Um dos médicos consegue se esvair, ferido, para trás do quiosque. Dois dos homens o cercam e efetuam mais disparos que o atingem, mas não o suficiente para matá-lo.



Enquanto isso, em volta da mesa, um dos executores termina o serviço, dando mais três tiros num dos médicos que agonizava, Diego Bomfim, irmão da deputada Sâmia Bomfim, e cunhado do deputado Glauber Braga, ambos do Psol.


Em 27 segundos, a chacina estava concluída, com três mortes e um ferido.


Sâmia e Glauber são casados e tem um filho juntos, o Hugo. Os dois são considerados os mais combativos no Congresso e duas enormes pedras no sapato da direita e do bolsonarismo.


Sâmia é uma das responsáveis por revelar a farsa da CPI do MST, que acabou desmoralizada. Glauber é o mais contundente opositor de Arthur Lira, o chantagista-mor da república.


A milícia já acabou com o Rio. Te cuida, Brasil.


Plus

Existem comoções e comoções dependendo da hierarquia da dor.


O Congresso de Ortopedia poderia estar acontecendo em qualquer cidade do mundo: Paris, Nova Iorque, Istambul, Barilhoche... Mas não, acontece na Barra da Tijuca, o lugar mais rico e badalado do Rio e do Brasil.


Bônus

Faça um exercício de imaginação e agora projeta o que aconteceu aqui numa dessas cidades. Simplesmente o mundo cairia, o caso seria tratado como terrorismo, as tvs ficariam repercutindo o tempo todo as execuções e os governos fechariam portos e aeroportos mobilizando todo aparato de segurança e de polícia para pegar os assassinos.


Ouso até dizer que se o sobrenome de uma das vítimas não fosse Bomfim (suprema ironia), talvez a reação fosse outra.


Bônus-Track

O que aconteceu nessa madrugada nos arredores do Vivendas da Barra é o preço a se pagar por não termos solucionado o Caso Marielle Franco.


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