Esquerda sofre grande e preocupante derrota no Chile
Por Helcio Albano
Neste domingo (7.maio.23) os chilenos foram às urnas escolher quem vai dar corpo e alma à nova Constituição do país. E isso caberá à extrema-direita, liderada pelo bozo de lá, o sr. José Antonio Kast (grave esse nome). O partido de Kast, o Republicano, conseguiu 22 assentos das 50 cadeiras do Conselho Constituinte. E, junto com a direita tradicional pinochetista, terão maioria de 3/5 (três quintos) necessários para aprovação dos artigos da nova carta magna.
A esquerda progressista, liderada pelo presidente Gabriel Boric, conseguiu apenas 17 assentos no Conselho, 3 a menos que as 20 necessárias pra exercer poder de veto. É um verdadeiro desastre que tem que servir de lição para a latinoamérica, em geral, e ao Brasil, em particular.
O Chile em 2019 explodiu em protestos puxados majoritariamente pela juventude estudantil. O país chegou à beira de uma convulsão social após décadas servindo como laboratório neoliberal criado pelos Chicago Boys e imposto goela abaixo da população pela ditadura de Pinochet, que só não privatizou o sol e o ar porque não deu tempo.
A eleição do jovem Boric em 2021 viria pra mudar, em uma nova Constituição, esse estado de coisas em que tudo é pago, desde água potável até saúde. Só que não. E eis agora o ressultado de tanta vacilação.
A primeira proposta de uma Constituinte apresentada à população foi fragorosamente derrota num plebiscito em 2022. Muito em razão da presença de pautas identitárias, como o aborto, na nova Carta. Vai vendo.
O Boric e a esquerda chilena são na política o que a direita adora.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.
