Esperando a grande ficha cair, por Rafael Abreu
Quando somos pego de surpresa com alguma notícia bombástica, passamos por algumas fases e a primeira delas é a negação.
É um estágio de não aceitação dos fatos e de muita incompreensão da realidade. O que acaba gerando dor, desconforto, raiva, tristeza e muita falta de habilidade para lidar com aquele problema.
Esse é um estágio natural da essência humana e que podemos até classificar como compreensível.
Mas o grande problema é quando ficamos estacionados nesse estágio. Quando não conseguimos aceitar a dura realidade que está posta e começamos a querer fugir dela, pois corremos o risco de ficarmos alienados, idiotizados, violentos ou insatisfeitos com tudo. Sem gosto pela vida, sem afeto e sem esperança nas pessoas.
Ficamos o tempo todo procurando um culpado ou transferindo o problema para o outro e não focamos na solução para aquele problema.
O excesso de negação, cria pessoas incrédulas, sem paz e sem amor próprio e ao próximo. Pessoas incrédulas, não pensam no outro e muito menos se sensibilizam ou se solidarizam com a dor do outro.
Segundo a psicologia de Elisabeth Kubler-Ross, os cinco estágios do luto e da perda são negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. De acordo com o modelo de Kubler-Ross, estas fases ocorrem quando alguém experimenta uma morte, a perda de um relacionamento ou uma perda similar.
Isso se aplica ao nosso momento atual, estamos de luto pelas vítimas da pandemia da Covid-19 e pela perda de nossos direitos básicos universais, como o de ir e vir ou o direito ao trabalho por exemplo, isso por que o momento exige isso. Tendo em vista que o isolamento responsável e o distanciamento social, atrelado a bio proteção e a higiene, tem se mostrado os métodos mais eficazes para conter os avanços dessa doença.
Precisamos atravessar esses 5 estágios da perda. O X da questão é como atravessar essa crise de forma coletiva, pois cada pessoa tem o seu tempo e a sua forma de lidar com os problemas.
Enquanto uns ainda estão na negação, outros estão na depressão.
Enquanto outros estão no estágio da barganha, como é o caso do presidente e de muitos seguidores dele.
Alguns seguidores dele não saem do estágio de negação e da raiva, parecem estar sem freio descendo ladeira a baixo, o que é muito perigoso e pode provocar uma hecatombe.
Precisamos ultrapassar esses estágios e aceitar os fatos.
Isso seria o melhor para todos nós.
A aceitação dos fatos nos leva a consciência, diante da pandemia e da crise na política brasileira, ter consciência da realidade ajuda a compreender o presente traçando estratégias para um futuro melhor.
É tempo de mentes sem fronteiras, capazes de ter resiliência para transformar a sua realidade atual. Precisamos nos reinventar e precisamos ter consciência de que nada será como antes, é fato que as mudanças virão, mas como virão e quando chegarão, vai depender da grande ficha cair.
Eu sou Rafael Abreu, colunista Daki.
Rafael Abreu escreve toda a semana no Jornal Daki.