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Esclarecimento rápido afasta temor de testemunhas em depor contra Monteiro, diz vereador

Chico Alencar (Psol) pede apuração rigorosa sobre as circunstâncias do acidente que matou denunciante do ex-PM youtuber


Por Cláudio Figueiras

Carro será periciado pela Polícia Civil/Divulgação
Carro será periciado pela Polícia Civil/Divulgação

O ex-assessor do vereador youtuber e ex-PM Gabriel Monteiro (PL), Vinícius Hayden Witeze, que jogou no ventilador as picaretagens e traquinagens sexuais do chefe, morreu na noite de sábado (28) em um acidente de carro na estrada Rio-Teresópolis.


As circunstâncias do acidente já começaram a ser apuradas pela Polícia Civil e acompanhadas bem de perto pela sociedade política e civil do Rio.


Witeze estava acompanhado de uma mulher, ainda não identificada, que foi socorrida com vida a um hospital de Teresópolis, onde prestou depoimento preliminar a policias da 110ª DP (Teresópolis), que abriu inquérito para investigar o acidente. Ele morreu na hora após o carro capotar e sair da pista, num trecho escuro e de sinalização precária, segundo a polícia.


Horas depois, já na delegacia, a sobrevivente narrou que o carro não estava em alta velocidade, já que havia sinais de problemas mecânicos por uso de gasolina de baixa qualidade, além de ter descartado qualquer situação anormal ou intervenção de terceiros no acidente.


Nesta segunda (30) deve ser realizada pela manhã perícia no automóvel sob responsabilidade dos profissionais do Instituto de Criminalística Carlos Éboli. A diligência foi solicitada pelo delegado Marcio Mendonça Dubugras, titular da 110ª DP e responsável pelo inquérito.


Na última quinta (26), usando colete à prova de balas, o ex-assessor foi ouvido pela Comissão de Ética da Câmara do Rio onde disse receber ameaças de pessoas ligadas a Monteiro. Na sexta (27), Witeze ligou para o gabinete da presidente da Comissão de Direitos Humanos da casa legislativa, Teresa Berguer (Cidadania), solicitado seguranças para sua escolta.


"Perdi a minha liberdade. Tenho que andar de carro blindado, colete à prova de balas. Tenho que cercear o meu direito de ir e vir, de sair a hora que eu quero porque o vereador gravou vídeos expondo o meu número pessoal (...) ele conseguiu hoje me prejudicar de uma forma que eu não consigo nem visitar a minha filha", disse Witeze em um vídeo gravado após o depoimento à Comissão de Ética.


Berguer confirmou o contato e lamentou não ter havido tempo em atender o pedido do ex-assessor:



"Na sexta-feira, o Vinícius ligou para o meu gabinete, pedindo segurança. Foi orientado a fazer um ofício com este pedido. Ele ficou de entregar o documento nesta segunda-feira, mas, infelizmente, não teve tempo. É tudo muito triste, muito chocante e estranho. Vamos aguardar a perícia no carro”, disse a vereadora, em nota.


O vereador Chico Alencar (Psol), relator do processo contra Monteiro na Comissão de Ética, prestou solidariedade aos familiares de Vinícius Hayden Witeze e pediu apuração rigorosa sobre as circunstâncias do acidente para afastar qualquer temor entre testemunhas que ajudam a esclarecer as denúncias contra Monteiro.


"O esclarecimento pleno e rápido dessa tragédia também reduzirá os temores de testemunhas a serem ainda ouvidas. As duas primeiras que depuseram no Conselho de Ética, o próprio Vinícius e Heitor, relataram, como é sabido, ter recebido ameaças, inclusive de morte", afirmou o parlamentar.


Gabriel Monteiro é acusado de assédio sexual e moral contra ex-funcionários e também de estupro contra vulnerável. O ex-PM promoveria orgias em sua mansão na Barra da Tijuca com menores de idade e filmava as relações sexuais sem autorização das adolescentes.

Os vídeos vazaram e foram compartilhados nas redes sociais.

 

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