Eric Costa: Um mergulho na Paixão e Orgulho pelo que faz, por Oswaldo Mendes
Nascido em 04/08/1979, no Hospital Dr Luiz Palmier, Zé Garoto, São Gonçalo, pai da Ana Júlia de 11 anos e casado com Anne Cristini e Botafoguense, mas muito Botafoguense.
O pai dele é natural de Macaé e a mãe natural do Rio de Janeiro, mais especificamente, Morro dos Prazeres, Santa Teresa.
A parte referente à família paterna tem uma história na cidade de São Gonçalo onde, dentre outros, o seu tio, Juvenil Francisco Ribeiro, atuou por muito tempo na área da saúde de São Gonçalo, na direção de postos e hospitais, seu legado foi reconhecido através de uma homenagem pelo Prefeito Edson Ezequiel, dando nome a um Posto de Saúde no Engenho Pequeno, o USF Juvenil Francisco Ribeiro.
Outro Tio, Levi Faria da Costa, foi vereador da cidade, e esteve na política com Hairson Monteiro, Joel Lima, Osmar Leitão e outras figuras importantes da época.
Já sua família materna, de onde veio sua “veia” do samba, foi nascida e criada no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, seu Tio, Davi Du Bonde, um dos meus ídolos na arte de compor da família, já gravou músicas com grandes intérpretes da música brasileira como: Roberto Ribeiro, Agepê, Pedrinho da Flor, Farofa Carioca, Grupo Pirraça, Jorginho do Império e outros. Ele também optou por ser morador deste município, mas não perderam contato com as raízes e assim ficam parte em São Gonçalo e outra no Morro dos Prazeres.
Uma metade da família com fortes vínculos na arte da política-partidária e outra com fortes traços culturais de cunho afro-brasileiro. Essas são as raízes que forjaram Eric Costa.
Ressalte-se que na juventude veio morar no Morro das Flores, Zé Garoto, de onde a cultura aflora. Nomes como Sr. Vadinho, Tuca, Babá, Barata, Joãozinho da Colina, Ney PP, Ilson Fernandes, Marrom, Dan Nogueira, Marquinhos Agogô, Buda, Badeu, dentre outros, fazem parte da história de pessoas que atuavam na arte de compor da região.
O nome Morro das Flores advém dos “Anos de Chumbo” quando ali se instalaram diversos barracos e que aconteceu a Reintegração de Posse, deixando somente as marcas dos antigos moradores: flores.
A trajetória de compositor de sambas de enredo, começa na Ala de compositores da Unidos do Viradouro em idos de 2001, onde permaneceu até 2004. No ano de 2003, disputou também samba no arranco do Engenho de Dentro. “Sabe como é compositor e essa “cachaça” deliciosa, porém bem onerosa, cheguei ao final do concurso, mais não levei”, relata Eric.
No ano de 2004 foi convidado por Compositores da Ala da GRES Unidos do Porto da Pedra a participar do concurso de samba exaltação, em parceria com Leo Andrade, Ronald Belfort, Carlos de Souza e Cici Maravilha, foram campeões do concurso.
O carinho já despontava pelo Unidos do Porto da Pedra, de quando ia torcer nas disputas de sambas, para o inesquecível Joãozinho da Colina e grupo desta localidade.
Aflorou o amor pelo samba e pelo Tigre de uma forma que arrebatou seu coração, freqüentava os ensaios e entrou para Ala de Compositores em 2006, onde disputou seu primeiro samba na escola. Foi “Amor e Orgulho” à primeira vista.
Continuou em 2007 e depois se afastou até o ano de 2011, onde retornando foi empossado como secretário da ala.
Participou da disputa de samba para o carnaval 2012, chegando à primeira final de samba enredo, sua escola amada. Também não foi dessa vez, porém, tinha certeza que dias melhores estavam por vir.
No ano de 2013, foi convidado a participar da “Parceria 13”, que na verdade não considera apenas uma parceria, pois considera que é uma família, que ama a Porto da Pedra, todos seus segmentos e sua Comunidade, trazendo na sua essência “fazer o melhor samba por amor, por paixão e orgulho de São Gonçalo”.
Foi campeão nos anos de 2014/17/18/19/20.
“Quer sensação maior do que ganhar um samba na escola do seu coração? É sensacional!”, exalta o Compositor.
Nas suas palavras a GRES Porto da Pedra não é apenas uma escola, ela representa uma cidade com mais de um milhão de habitantes e que precisa ser reconhecida de verdade como o maior patrimônio cultural de nosso município.
Afirma ainda que o carnaval, ao contrário dos que muito pensam, é fonte de cultura e leva o nome de São Gonçalo para o mundo inteiro, criando emprego e renda, com diversos projetos sociais que são realizados o ano todo.
“Salve a Porto da Pedra!!!! Salve o Tigre de São Gonçalo!!! Salve a Ala de Compositores do Unidos do Porto da Pedra!!! Salve o samba!!!! Somos resistência!!!”, brada Eric.
“Todo mundo já sabe e conhece o poder da criatividade
dos poetas e compositores da escola da minha cidade
lugar onde eu nasci, me criei e cresci,
onde ecoa a voz, ecoa a voz
do rugido valente da vermelho e branco do Tigre feroz”
(Paulo Borges/Eric Costa)
Oswaldo Mendes é engenheiro.