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Entre pranto, perplexidade e esperança!

Por Alba Nascimento

Imagens: Reprodução Internet
Imagens: Reprodução Internet

Esta semana me coube escrever para a coluna DAKI. Sinto uns calafrios com essa responsabilidade de comprometer-me ao colocar no papel ideias, sonhos, conflitos, devaneios, reflexões que nos visitam insistentemente durante a nossa existência.


Temas diversos fervilham neste primeiro bimestre de 2023 no Brasil e no mundo. Dando continuidade ao curso da vida, o ano começou turbulento, frenético, conturbado: políticos, socioambientais, econômicos, humanos... Alguns tão presentes no nosso cotidiano, outros para uma discussão mais profunda e abrangente, que participamos enquanto espectadores. Mas que, direta ou indiretamente, repercutem e influenciam o nosso caminhar.


Tem sido bastante difícil acompanhar as notícias diariamente. É quase algo ininteligível pela quantidade de atrocidades praticadas pelos seres humanos, além da reação do meio ambiente, que devido à ação humana, mudou de forma indiscutível, não só os fenômenos naturais, como os impactos ambientais negativos que, assustadoramente, nos surpreendem, abatem, traumatizam...



Recordando, Cecília Meireles, a mais forte vocação feminina da poesia brasileira, lembro-me de uma prosa poética estudada no Curso Normal, “As estações perplexas”, “As estações estão perplexas, mas bem-educadas, apresentam suas razões com bons modos, não por desejarem estar no cartaz, mas pela disciplina do próprio ofício.” Entendo aqui o PERPLEXA como indecisa, irresoluta, hesitante, as estações se desencontraram por conta da ação do homem na natureza, resultando nas “AS ENCHENTES, A LAMA E O CAOS” , abordado no texto da Graciane Volotão, não só em São Gonçalo, como em todo o Brasil, só neste primeiro bimestre do ano em curso.


Paradoxalmente às Perplexas estações, trago para a nossa reflexão as estações do homem que, PERPLEXO, assombrado, atarantado, atônito, atordoado, não tão bem- educado assim, permite a manifestação de sentimentos tão obscuros, aquelas mazelas vencidas com as duras e longas resistências populares, promove apartheids sociais que, da mesma forma nos surpreendem, abatem, traumatizam, aterrorizam, eliminam, exterminam... Desprezam, fugindo, assim, da disciplina do próprio ofício, que consiste em amar, respeitar, compreender, solidarizar, tolerar o outro.


São tantos temas fervilhando neste primeiro bimestre de 2023, mas detenho-me ao protagonista de todos os enredos, aquele que pode mudar as naturezas: vegetativa, sensível e humana, não por desejar estar em cartaz, mas por perceber que o convívio com mundos diversos, pessoas diferentes, culturas profusas é o que nos possibilita uma visão mais ampla do mundo, desenvolve a empatia, o respeito e as formas de pensar e ser de cada um.

Não me sinto competente o suficiente para uma profunda análise política da nossa atualidade, são sempre devaneios, sonhos, utopias, que acabam preenchendo o total de linhas possíveis. Quero muito exaltar o atual Presidente, protestar o retrocesso e mazelas do ex-presidente, parabenizar a Porto da Pedra pelo acesso ao Grupo Especial, chorar com todas as vítimas das chuvas de fevereiro, vibrar com A Imperatriz Leopoldinense, que trouxe os Nordestinos vencedores para a Avenida, finalizar a guerra da Ucrânia, ter entusiasmo com o retorno das aulas, lutar com os famintos, os desempregados, dar voz e vez a todos que são invisibilizados nesta Sociedade tão desigual, quero esperançar essa mudança que depende de cada um de nós!


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Alba Maria Souza do Nascimento! Professora e orientadora Educacional na Rede Estadual, Revisora e membra do Coletivo ELA – Educação Liberdade para Aprender e colaborador da Coluna "Daki da Educação", publicada às sextas.



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