Entre bandeiras, santinhos e gaiolas de passarinho
Por Rofa Araújo
Em tempos de Eleições Municipais 2024, podemos observar de tudo nas ruas. Desde cabos eleitorais balançando bandeiras de candidatos até os que distribuem os tracionais santinhos, sujando as ruas. Será que vale tanto a pena esse tipo de propaganda quando os carros passam correndo e nem veem bandeirolas? Quem vota em alguém por esses motivos não são eleitores que refletem na importância de seu voto.
Existe hoje em dia “candidatos com campanhas virtuais” que conseguem ser conhecidos apenas nas redes sociais e distribui tudo on-line, de “santinhos” a propostas. Esse é louvável porque gasta menos recursos públicos e ainda não polui a própria cidade que pretende governar ou representar na Câmara Municipal.
Mas esses que estão se sujeitando a isso, muitos precisam dos trocados que conseguem, mesmo sendo um desgaste físico bem grande, já podem se encontrar desempregados ou ganhando pouco em suas atividades. Pior é quando o político dá calote e não paga o que prometeu. Já começa mal sua trajetória em busca do cargo público.
É uma triste realidade, mas que alivia a situação de muita gente que no dia a dia passam por algo ainda pior, faltando tudo em casa. É um “bico” que dura alguns meses, mas que serve como uma atividade pouco lucrativa, mas que existe alguma, melhor que nenhuma.
Dias desses, a esse respeito, li uma frase até mesmo cômica: “Não ache ridículas as pessoas que balançam bandeiras para políticos e, sim, aqueles homens à toa que andam para cima e para baixo com gaiola de passarinho”. E não é uma grande verdade? Como tem homens que estão com as gaiolas sem fazer nada, “negociando passarinhos por altos valores”, enquanto suas esposas estão se virando nos trinta com bandeiras ou fazendo de tudo para ganhar algum sem o apoio se seu marido?
É a realidade do povo brasileiro. Enquanto uns têm demais e não sabe no que vai gastar com bobagens, outros não têm o suficiente nem para se alimentar no dia a dia.
Que possamos, sim, refletir sobre quem merece nosso voto para ser prefeito ou vereador de nossa cidade e não apenas votar por votar em qualquer um porque vimos uma bandeira balançando ou recebemos um “santinho” em nossas mãos.
O voto é o ponto máximo da democracia. É quando o povo escolhe seus representantes para que não relembre quanto tempo passou sem votar um governo ditatorial e militar, reprimia os direitos de voto e de “liberdade de expressão” que e tão falada hoje em dia de maneira deturpada, já que nada se compara com esses “tempos sombrios” que não desejamos jamais que retornem.
Vote com consciência no que parece o melhor candidato e não venda seu voto por favores ou promessas que jamais serão cumpridas por alguém que somente conquista algo pela compra.
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Rofa Araujo é jornalista, escritor (cronista, contista e poeta), mestre em Estudos Literários (UERJ), professor, palestrante, filósofo e teólogo.