Enel terceirizou serviço de rádio da polícia no apagão de SG
Por Helcio Albano
A Enel é um Frankstein. Uma empresa retalhada, enxertada por diversas outras empresas terceirizadas, igualmente privadas, que visam, prioritariamente, o lucro rápido em detrimento da qualidade do serviço que deviam prestar.
Esse é mais ou menos o panorama da empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica em São Gonçalo apresentado pelo vereador Romario Regis (PDT) em entrevista concedida ontem (25) ao Programa Daki.
Por conta dos descalabros da Enel no município, os vereadores aprovaram nessa semana - por unanimidade - uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar e levantar informações técnicas e logísticas da empresa a fim de aferir o tipo de serviço prestado à população que sofreu com um apagão inédito no sábado (18), que em alguns lugares persiste até hoje de modo intermitente. Romario é membro da CPI.
Alguns pontos já foram identificados. Segundo Romario, a rede de São Gonçalo é antiga. Os postes e a fiação foram projetados para aguentar, no máximo, ventanias de até 70km/h, e não os mais de 100km/h como ocorrido nos últimos eventos, considerados o "novo normal" daqui pra frente.
Emergência e manutenção são realizadas por empresas diferentes e por funcionários de fora da cidade que se comunicam apenas por WhatsApp. O apagão de energia também ocasionou um apagão na comunicação, causa principal da inércia da empresa nas primeiras horas após os estragos causados pela tempestade. Agora, suprema ironia: para normalizar a comunicação, a Enel terceirizou o serviço de rádio da Polícia...
Quando o bicho pega, é o Estado que salva.
Plus
E os transtornos da Enel não são apenas um problema local. São Paulo e Ceará têm a mesmíssima dor de cabeça com a empresa, tornando-se, assim, um problemas nacional.
Tanto que parlamentares dos estados em que a Enel é concessionária já procuraram a agência reguladora dos serviços (Aneel) para fazer reclamação formal da empresa.
Bônus
Um deles foi o deputado federal Dimas Gadelha (PT), que na terça (21) também se reuniu com o secretário nacional do consumidor, Wadih Damous, no ministério da Justiça.
Bônus-Track
Pelo nível de pataquadas cometidas em série pela empresa, muita gente já especula que é feito de modo proposital para devolver a concessão.
Veja e entrevista a partir de 24min.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.