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Em solenidade, vereador anuncia PL de incorporação do 6 de Abril ao calendário de São Gonçalo

Data representa o marco fundante da história da cidade em 1579


Por Cláudio Figueiras

Foto histórica reunindo o historiador Homero Guião, Juliano Freitas, a pesquisadora Maria Nelma e o historiador Rui Aniceto Fernandes/Foto: Helcio Albano
Foto histórica reunindo o historiador Homero Guião, Juliano Freitas, a pesquisadora Maria Nelma e o historiador Rui Aniceto Fernandes/Foto: Helcio Albano

A Câmara de Vereadores de São Gonçalo promoveu nesta segunda (7), Sessão Solene pelos 446 anos do início da história colonial da cidade, datado em 6 de abril de 1579, com o registro de posse das terras, conhecidas como "Banda d'Além", pelo sesmeiro português Gonçalo Gonçalves.


Na ocasião, o vereador Juliano Freitas (PT) assinou Projeto de Lei (PL) que reconhece e incorpora oficialmente no calendário do município o 6 de Abril como o início da colonização e, portanto, como marco fundante de São Gonçalo.


"É uma imensa honra e alegria poder apresentar a essa Casa Legislativa e à municipalidade um projeto de lei que reconhece o marco fundante de nossa história, que é o 6 Abril, data que já é um consenso entre pesquisadores e historiadores, que já se predispuseram a debater a matéria em audiências públicas, caso necessário, antes de ir à votação para ser aprovada junto aos colegas vereadores", disse Juliano.



O vereador também anunciou na solenidade estar empenhado pelo tombamento federal da Igreja Matriz de São Gonçalo, primeira construção edificada por Gonçalo Gonçalves, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).


"Estive hoje (7/4) no IPHAN, acompanhado do deputado (federal) Dimas (Gadelha), para viabilizar o tombamento da Igreja Matriz. Além de grande valor religioso, a igreja tem grande valor histórico e arquitetônico, com todos os requisitos para receber recursos para o seu restauro, que é urgente", alertou o parlamentar.


Estiveram presentes na solenidade, que homenageou (in memoriam) figuras ilustres do município, como o Dr. Luiz Palmier e Salvador da Mata e Silva, os historiadores Rui Aniceto Fernandes, Maria Nelma Carvalho Braga e Homero Guião, um dos pioneiros das pesquisas historiográficas sobre São Gonçalo.


"O conhecimento histórico se desvela a partir de um esforço coletivo e obstinado de quem toma para si esse ofício. Homero e Nelma representam isso, suas pesquisas nos ajudaram a problematizar os marcos da nossa história e, por sua vez, o consenso em torno do 6 de Abril", disse Rui Aniceto, professor titular do Departamento de Ciências Humanas (DCH) da FFP-UERJ, que teve acesso ao maior achado sobre o tema, que é a própria carta de cessão da sesmaria a Gonçalo Gonçalves, registrada em cartório da Capitania do Rio de Janeiro, exatamente no 6 de Abril de 1579.


O sr. Walfrid de Moraes, 103 anos, expedicionário que lutou na Segunda Guerra Mundial, também teve homenagem especial, recebendo o Título de Cidadão Gonçalense, oferecido pelo vereador Juan Oliveira (PL), e Moção de Aplausos, por iniciativa de Juliano Freitas.

Sr. Walfrid de Moraes recebe a honraria das mãos de assessora/Foto: Helcio Albano
Sr. Walfrid de Moraes recebe a honraria das mãos de assessora/Foto: Helcio Albano

Por dentro da história

O território conhecido como terras da "Banda d'Além" começou sua história no 6 de Abril de 1579 como Sesmaria doada pela corte ao fidalgo português Gonçalo Gonçalves, que batizou a Capela - que viria a se tornar Igreja Matriz - com o nome do seu santo de devoção, São Gonçalo de Amarante.


Então, todas as terras para dentro do antigo porto de Birapitanga - no entorno do rio Suassunhão, depois rebatizado de Imboaçu que nasce no Engenho Pequeno e tem foz na Baía de Guanabara - ficariam conhecidas como São Gonçalo, cidade de origem tupinambá, para sempre impactada pela ação dos europeus dentro da lógica colonialista de exploração com trabalho escravo dos povos de África.


"Reconhecer o 6 de Abril como marco fundante de São Gonçalo não é celebrar a colonização, mas refletir o que somos e de onde viemos. O gonçalense sabe de 1890 para cá, e o antes disso? De 1579 até 1890? Isso não deve ser apagado. E o município faz bem a si mesmo abraçando oficialmente o 6 de Abril no seu calendário", observou Helcio Albano, coordenador da Frente Literária Gonçalense (Flig), que ajudou a organizar o evento.


O projeto de lei segue o fluxo normal das comissões legislativas até ser pautado para ir à votação, que deve ocorrer no início do segundo semestre de 2025.


Atualmente, é reconhecido apenas o 22 de Setembro como data de criação do município, a partir da emancipação de Niterói, ocorrida em 1890.


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