Eleições 2024: o futuro já começou em São Gonçalo - por Helcio Albano
Olhando de modo ainda superficial - pois cabe uma análise mais apurada dos resultados de urna que farei ao longo da semana - podemos dizer que em São Gonçalo há, depois dos resultados de domingo, dois grupos políticos bem definidos que irão rivalizar nos próximos anos: o PL e o que eu chamo de "esquerda estendida" (E+), que abarca duas federações com PT e Psol à frente, reunindo ainda PCdoB, PV, Rede e, talvez, PSB e PDT.
As eleições foram muito favoráveis ao PL em termos quantitativos. Com uma estratégia exclusivista, o apoio de quase a totalidade dos 27 vereadores e montado numa estrutura jamais vista, deu um caminhão de votos na cidade ao estadual Douglas Ruas e ao federal Altineu Côrtes.
Porém, em termos qualitativos, alcançou o mesmíssimo resultado da E+, que elegeu Dimas Gadelha (PT) e o Prof. Josemar (Psol) para a Câmara Federal e à Alerj. Os dois, agora com um mandato de relevo, poderão construir uma oposição ainda mais propositiva, organizada e competitiva que já parte de um piso de 40% do eleitorado.
Esse é o desenho político e eleitoral rabiscado para 2024. Caso a dupla canhota tenha juízo, irá se unir para não ser engolida por Nelson Ruas, que buscará a reeleição ainda mais fortalecido com a vitória acachapante de Cláudio Castro no Rio. Triunfo este com ajuda fidagal dos gonçalenses que refletiram seu humor atual com o governo do capitão. Uma eventual vitória de Lula contra o bozo muda muito pouco esse quadro.
O futuro já começou.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.