Eleição mostra que democracia virou conto da carochinha
Por Helcio Albano
As eleições desse ano foram as mais compradas da história. Não por acaso, as que a direita mais logrou êxito nos municípios. A grana foi tão grossa, que "pra quê trabalhar com boca de urna?", ouvia-se no dia da festa da democracia.
Era dinheiro na veia, depois do voto consumado - e registrado por óculos espião com câmera escondida. Em São Gonçalo, teve até leilão do sufrágio, acompanhado do tradicional combo: pagode, churrasco e cerveja liberada.
Em São Paulo, Marçal inovou: comprou e vendeu voto à vista e na expectativa futura dos incautos em lucrar com seus cortes de vídeo na internet. Nos EUA, Musk inventou prêmios de até U$ 1 milhão pra engajar o registro eleitoral e o voto em Trump nos "swing states". Assim, na cara de pau.
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De volta ao Brasil, a estupefação com o pleito é evidente. De Randolfe (PT) a Alcolumbre (União). E pensa-se até em voltar com o financiamento empresarial de campanha pra equilibrar a disputa.
O caixa 2 comeu solto combinado com uma novidade: a promessa certa de benefício contratual dos municípios montados no dinheiro das emendas parlamentares. O maior responsável pelo alto índice de reeleição dos prefeitos.
E se não bastasse tudo isso, TSE, Polícia Federal e MPs alertam pra infiltração sistemática de bandidos de facções no processo eleitoral.
Eis que a democracia liberal burguesa virou conto da carochinha pra dar lugar a uma cleptocracia de fato. Que é a pior das ditaduras se normalizada.
O mais implacável e sedutor dos ditadores é o dinheiro.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.