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Ecos do 22 de setembro - por Helcio Albano


Os atores e o "apoio" perfilados no palco/Foto: Helcio Albano
Os atores e o "apoio" perfilados no palco/Foto: Helcio Albano

Ontem (22/9), dia que lembrou os 131 anos de emancipação político-administrativa de São Gonçalo (coisa que efetivamente só ocorreu em 1929, ou para outros só em 1940, com a perda do Distrito de Itaipu para Niterói), o prefeito Nelson Ruas (PL) promoveu no Teatro Municipal evento que reuniu o governador do estado Claudio Castro (PL), o já arroz de festa Altineu Côrtes, deputado federal e presidente estadual do PL, colaboradores próximos, vereadores e imprensa.



O objetivo oficial do encontro pomposo foi apresentar a prestação de contas dos primeiros 9 meses de governo e o denominado “Plano Estratégico Novos Rumos São Gonçalo” de uso da bufunfa de R$ 1 bi oriundos da venda da Cedae.


Mas o seu propósito, este oficioso porque ainda existe TRE, foi mostrar aos convivas o alinhamento e as prioridades do governo daqui até as eleições de 2022: reeleger o governador e o Coutinho da ativa, além de levar à Alerj o secretário e filho do prefeito, Douglas Ruas, que subiu ao palco minuciosamente preparado para ele brilhar como a estrela da Cia. Dada sua desenvoltura e das reações que advieram dela, conseguiu. Esse aí tá eleito. Depois de definida a estratégia do PL para as eleições, resta especular com quantos votos.



Castro [cantor gospel, católico, que até 2018 era um obscuro vereador na Capital pelo PSC, levado a vice de Witzel apenas para compor chapa], depois de ter chamado Altineu de “meu presidente”, disse que fará investimentos como “jamais visto em São Gonçalo”, demonstrando disposição de continuar na cadeira do Palácio Guanabara em 23, admitindo ser o deputado seu mentor e fiador.



E Altineu, ao que parece, joga com que a cidade tem de mais precioso e dele se apresenta como credor: seu capital eleitoral. Isso o coloca numa posição de poder inédita pós fusão do estado para um político gonçalense.


Haja beija mão em Santa Isabel.


Plus

O governador anunciou a reativação de um batalhão da Polícia Militar em Neves. Do Choque, que tem a função de reprimir distúrbios sociais em manifestações, atuar em apoio a desapropriações e coisas do tipo.


Como o anúncio foi feito num teatro, Nelson Ruas reagiu emulando emoção de um gol marcado pelo time do coração (qual o time do capitão?). O prefeito, que pedira a ampliação do "São Gonçalo Presente", "ganhou" em troca um novo Batalhão da PM, há muito por ele reivindicado para a cidade.



Mas para a sociedade, o que é melhor? Um Batalhão onde os policiais ficam a maior parte do tempo "aquartelados", ou a ampliação de um programa onde efetivamente os agentes circulam nas ruas patrulhando e agindo contra o crime fazendo policiamento ostensivo?


A decisão por um Batalhão do Choque tem algum motivo que nós não sabemos?


Sei não, mas isso aí foi presente de grego.



Bônus

Nelson reconheceu que o problema das barricadas na cidade o incomoda profundamente. A ponto de perder o espírito festivo e soltar um "porra!" no palco pelo menos duas vezes quando abordou o assunto. Seu "calcanhar de aquiles".


Para superar o problema, pensa em usar igrejas para distribuição dos serviços da Prefeitura em áreas dominadas pelo crime e a criação de um Centro de Monitoramento por câmeras para impedir o retorno das barricadas quando forem retiradas pelas forças de segurança. Vamos acompanhar.

Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.





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