'Duas famílias destruídas', diz mãe de torcedor do Fluminense morto na Zona Norte
"Ele destruiu minha família. A mãe dele disse para mim: 'são duas famílias destruídas, a sua e a nossa, também, pelo que ele fez'". O desabafo da mãe de Gustavo Danilo Pereira de Souza, 30, descreve a dor de duas famílias marcadas pela violência. No domingo (12), Julio Cesar da Silva Nascimento Junior foi preso por matar a facadas o torcedor do Fluminense, em Parque Anchieta, na Zona Norte.
De acordo com Ana Maria Pereira de Souza, Gustavo e Julio eram vizinhos e foram amigos por muito tempo, mas não se falavam há cerca de três anos, por causa de uma desavença. Por volta das 4h de sábado (11), os pais da vítima foram acordados pelo acusado gritando no portão da casa deles, dizendo que estava armado e que mataria Gustavo.
Ainda de acordo com a mãe, Julio disse que eles se encontraram em um bar na Praça Granito e Gustavo teria falado "uma besteira" para ele. O homem disse que a se a vítima o procurasse novamente, a mataria. Nervosa, Ana Maria decidiu ir buscar o filho no estabelecimento, mas Gustavo decidiu ir até a casa do suspeito para confrontá-lo e os pais o seguiram.
"Quando meu filho chamou, ele já veio no portão armado e deu uma facada certeira no coração. Foram três facadas, uma nas costas e duas no coração. Não chegou nem a ter luta corporal, ele já veio direto com a faca no coração do meu filho. Ele (Julio) fugiu, mas nem vi o paradeiro, porque a minha preocupação era levar o Gustavo para o hospital", lembrou Ana Maria.
Gustavo Danilo foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ricardo de Albuquerque, mas já chegou ao local sem vida. "Ele deu o último suspiro e falou: 'cuida bem do meu filho, eu não estou mais respirando'. E assim, meu único filho se foi", lamentou a mãe. "Ele era trabalhador, gostava de tomar uma 'cervejinha', mas nunca fumou, nunca usou drogas. O bairro inteiro de Parque Anchieta está revoltado e com uma tristeza muito grande".
A vítima presidia a torcida organizada do Fluminense Flu Gelo de Anchieta e era ex-militar da Força Área Brasileira (FAB). O corpo foi sepultado neste domingo, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, sob forte comoção de familiares e amigos. Gustavo deixa a mulher e um filho de 4 anos. O crime é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
"A mulher dele está muito mal e o filho de 4 aninhos ainda não entende muito, mas a mãe comunicou que ele virou uma estrelinha. Ele fica dizendo: 'meu pai está lá no céu'. Agora, é Deus que está me confortando, me mantendo de pé. O que me deixa melhor é saber que ele (Julio) já está preso", afirmou Ana Maria.
Conhecido como 'Julio Litrão', o suspeito foi preso na tarde de ontem, na casa de uma tia, em Sepetiba, na Zona Oeste. A prisão foi realizada por agentes da DHC e da Polícia Federal. "Julio fundou uma torcida para unir os tricolores da região, só que essa torcida acabou porque ele usava parte do dinheiro para benefício próprio, ainda dava em cima das mulheres casadas da torcida. Então, Gustavo por ter confiança de todos, resolveu fundar o 'Flu Gelo Anchieta'. Porém Julio nunca superou isso e sempre mirava se vingar do Gustavo", disse um amigo.
Abalada, a mãe de Gustavo pede por justiça. "Eu espero que ele pague e que não seja colocado na rua, como às vezes acontece com muitos outros, porque ele tirou a vida do meu filho. É uma pessoa que foi criada aqui, que viu meu filho desde os 14 anos. O que eu espero é que ele fique na cadeia, se ele tiver que ficar 15 anos preso, 20 anos, que ele fique. A justiça que eu quero é essa. Eu estive na casa da mãe dele, dos parente dele e a tia falou: 'ele tem que ele tem que pagar pelo que fez'. Então, eu quero que ele pague os anos que tiver que ficar".
*Com informações O Dia
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