Diálogos possíveis sobre a esquerda e o futuro
Por Helcio Albano
Hoje (13), no grupo Folha de S. Paulo, três artigos interessantes que se complementam e que deveriam ser lidos por quem é do espectro avermelhado da luta político-eleitoral.
O primeiro, do Ricardo Kotscho (ex-assessor e amigo de longa data de Lula), crava que o casal Tabata e João Campos sai das eleições forte e - veja você! - como "esperança da nova esquerda para enfrentar a onda conservadora que varreu o país como nunca antes". Os grifos são meus.
O outro artigo, este de Bruno Boghossian, fala de "momento de mudança inadiável" da esquerda por ter perdido a "conexão com grupos sociais importantes". Por não estar sabendo se comunicar? Nananinanão! Por ter caducado ou se tornado extemporâneas suas plataformas. Não os seus princípios, que continuam na mais alta conta social.
O autor termina o petardo apontando a necessidade de construção de novos conteúdos, que as velhas lideranças são incapazes de fazer.
Por fim, o texto de Celso Rocha de Barros, que explica o sucesso da direita após reformas eleitorais que fortaleceram os partidos. Uma bandeira historicamente defendida pelo PT, que agora se volta contra ele, que não conseguiu ainda se recuperar dos eventos a partir de 2013.
E o mais irônico: os partidos do centrão e da direita só chegaram a esse nível de força após terem aprendido com o PT como se monta estrutura e burocracia interna de organização. Para quem não sabe, foram petistas que montaram o PL no Rio, quando ainda era PR.
De formas diferentes, o trio de articulistas do jornalão fala a mesma coisa sobre a esquerda: ou muda, ou vai pro saco.
Nem que essa mudança venha com a Tabata...
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.
