Diferenças
SÃO GONÇALO DE AFETOS
Por Paulinho Feitas
Claro que o homem é muito diferente da mulher. Mais forte, menos sentimental, encara as situações com muito mais competência e coragem.
Querem ver uma coisa?
Eu trabalho à noite. Semana passada cheguei em casa pela manhã e minha esposa estava reclamando que queimava em febre, dor de cabeça, garganta doendo, essas coisas que o resfriado nos traz. Uma “gripezinha”. Quando cheguei ela reclamava muito enquanto punha a roupa suja para bater na máquina de lavar. Passou a manhã toda reclamando, arrumando a casa, fazendo comida e lavando o quintal.
Na parte da tarde foi ao mercado, quando voltou recolheu e guardou as roupas lavadas que estavam no varal, fez e serviu o lanche da tarde, fez a janta e foi tomar banho para dormir, diz ela estar cansada por fazer essas pequenas coisas, sem antes fazer um chá de alho e limão para mim, que já apresentava um quadro gripal devastador.
Pela manhã, do outro dia, acordei e ela já não estava na cama. Me deixou em casa com uma febre altíssima na ordem de 37.5. Enquanto ela foi para o Pilates, depois ao mercado, eu lutava bravamente embaixo das cobertas, gemendo, com uma coriza que parecia as cachoeiras de Foz de Iguaçu, teve momentos em que pensei ter visto a luz.
Passei o dia nesta luta, ela me deu vitamina “C”, fez um chá de gengibre, alho e limão, canja pra ver se eu melhorava e eu lá, debaixo das cobertas, a febre quase vai a trinta e oito graus. Após ter almoçado consegui dormir um pouco, mas logo acordei, precisava me manter acordado, não queria entrar em coma.
Passei a noite lutando contra essa perigosa e fatal enfermidade. Pela manhã, apesar da febre ter dado uma amenizada eu ainda convalescia de dores pelo corpo inteiro como se um enorme trem estivesse passado por cima de mim. Já tinha feito uma carta de despedida no celular e já ia pedir para chamar um padre quando ela entrou no quarto como um foguete falando áspero comigo: _ Levanta homem! Vamos agir a vida! Deixa de ser frouxo!
Com meu instinto masculino aguçado, reuni forças sobrenaturais, peguei as cobertas, me enrolei e fui deitar no sofá da sala. Agora estou bem melhor, graças a Deus. Quanto a ela, bem, ela não tem coração.
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Paulinho Freitas é sambista, compositor e escritor.