Descolonizar e recriar a formação docente: um projeto coletivo
Por Aldalea Figueiredo
Trabalhar em uma escola pública nos exige muito mais do que o conhecimento de um conteúdo, e muito mais do que preparar e dar uma aula seguindo um currículo mínimo. É um desafio diário em que precisamos nos reinventar. Na maioria dos dias, nos deparamos com o descompromisso do poder público com os aspectos pedagógicos, a falta de estrutura das escolas, de estudantes sem estímulo e hábito de estudo, de colegas que não acreditam mais nos seus ideais. Neste contexto, o que nos mantém na luta é ter um objetivo maior que nos dê força para acreditar que é possível fazer uma educação de forma diferente. O que me fortalece é fazer parte de um coletivo que compartilha e constrói caminhos para essa transformação.
Refiro-me ao Coletivo Investigador Pesquisa-Ação Pedagógica, um grupo que estabelece uma Rede entre universidade e escola, fazendo com que tenhamos um olhar atento à realidade e às necessidades de forma democrática. Neste trabalho foram realizados inúmeros estudos que foram escritos e organizados em um livro pela coordenadora do grupo, professora Sueli de Lima Moreira com a contribuição de todo o coletivo composto de professores, supervisores, diretores, estudantes da faculdade e das escolas municipais.
DESCOLONIZAR E RECRIAR A FORMAÇÃO DOCENTE - um projeto coletivo é um sopro de ânimo quando trata seu princípio epistemológico : a incerteza, tão presente nas atuais condições da educação, reflexo da sociedade brasileira. Não traz respostas, mas nos faz refletir não estarmos só nessa caminhada construindo uma relação mais horizontal. e que é preciso “descolonizar”, encontrar sentido em nossa prática cotidiana com pesquisa participativa, dialógica quebrando as hierarquias que nos engessam e dificultam uma educação significativa.
A autora, Sueli de Lima Moreira, trabalha no campo da educação há 40 anos, articula as lutas populares de educadoras e trabalho acadêmico. Doutora em Educação pela USP e atualmente é professora pela Faculdade de Formação de Professores da UERJ - SG, onde coordena o grupo de Pesquisa-Ação Coletivo Investigador da formação docente desde 2015.
Neste livro de muitas vozes, fomos “desafiados a contribuir para a revisão das epistemologias, modelos e espaços, investimos na dimensão do trabalho coletivo de professoras/es em luta e formação, o que nos possibilita atuar e nos formar como profissionais com base na organização ontológica (quem somos) e epistemológica ( o que investigamos), pois ao compreender quem somos, temos a chance de instituir novas práticas ( novas condições epistêmicas) e estas nos permitem transformar as condições ontológicas de que dispomos a fim de que possamos ser de outras formas.”
A autora e os integrantes do Coletivo Pesquisador de Pesquisa-Ação Pedagógica, no qual me incluo, entendemos que o acesso a nossa publicação deva ser de forma livre, portanto aos que tiverem interesse em conhecer o trabalho, podem baixar gratuitamente o PDF pelo seguinte link:
Estejam convidados a participar do lançamento do livro que ocorrerá no Encontro FFP/ UERJ e nos conhecermos pessoalmente, no dia 04 de dezembro, 18H, no auditório C, da FFP/UERJ, no VIII Jornada de Educação Não escolar e Pedagogia Social, com o tema: “O Plural da Pedagogia Social (des)Encontros Latinos-Americanos”.
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Aldaléa Figueiredo dos Santos é professora no C.M.Ernani Faria, professora de Português e Produção Textual. Com doutorado em Educação em Politicas Públicas e Formação de Professores - UFF e Mestrado em Linguística Aplicada - UFF. Integra o Grupo de Pesquisa Coletivo Investigador UERJ/FFP desde 2021 e é membra do Coletiva ELA.