Desastre Milei: Argentinos cruzam fronteira em massa para compras no Brasil
Com inflação em queda, mas produtos ainda caros, vizinhos recorrem a mercados e lojas brasileiras
![Divisa entre países/Foto: Reprodução](https://static.wixstatic.com/media/037a82_bb87e000d60a4acfb575e56bba7882d0~mv2.png/v1/fill/w_875,h_485,al_c,q_90,enc_auto/037a82_bb87e000d60a4acfb575e56bba7882d0~mv2.png)
Argentinos de cidades fronteiriças intensificaram a travessia para o Brasil em busca de produtos mais baratos. A inflação na Argentina desacelerou, mas os preços seguem altos, tornando o Brasil um destino atrativo para compras. Em Paso de los Libres, cidade vizinha a Uruguaiana (RS), moradores fazem viagens quinzenais para abastecer suas casas.
“Os produtos aqui saem pela metade do preço em relação à Argentina. Compro tudo, sabão em pó, arroz, bolacha”, conta a contadora Florencia Del Bove. No carrinho, itens básicos como macarrão, óleo e leite, além de eletrodomésticos como air fryer. O leite, por exemplo, custa R$ 3,80 no Brasil, enquanto na Argentina chega a R$ 9.
Além dos moradores locais, pessoas de cidades mais distantes também cruzam a fronteira. Inés Sanchez, de Mercedes, viajou quase duas horas até Uruguaiana para comprar itens para sua padaria e para casa. “Muita gente de Mercedes está vindo para cá fazer compras”, diz.
O fluxo crescente impactou a economia local. O número de argentinos entrando no Brasil saltou 58,3% em dezembro de 2024, segundo o Observatório das Migrações Internacionais. Só pelo Rio Grande do Sul, 93 mil argentinos entraram no país, o dobro do registrado um ano antes.
Do lado argentino, comércio vazio
A mudança também afetou o comércio argentino. Em Paso de los Libres, lojas esvaziaram e frentistas relatam a drástica redução da clientela brasileira, que antes buscava combustível barato na Argentina. A gasolina, que custava cerca de R$ 2 por litro em 2023, subiu para R$ 5,90, reduzindo o movimento nos postos.
Já no Brasil, supermercados e free shops de Uruguaiana viram as vendas dispararem. O comércio se adaptou, contratando funcionários argentinos e aceitando pesos. Alguns motoristas passaram a oferecer serviço de transporte para compras, enquanto outros lucram com o contrabando de eletrodomésticos e utensílios domésticos.
“Espero que continuem vindo gastar aqui, porque estamos felizes”, diz Lidiane Zárate, gerente de um free shop.
Via Agenda do Poder.
Nos siga no BlueSky AQUI.
Entre no nosso grupo de WhatsApp AQUI.
Entre no nosso grupo do Telegram AQUI.
Ajude a fortalecer nosso jornalismo independente contribuindo com a campanha 'Sou Daki e Apoio' de financiamento coletivo do Jornal Daki. Clique AQUI e contribua.