Deputado Dimas Gadelha aciona PF e MPF por charge que o retrata com tiro na cabeça
Parlamentar pede que os responsáveis sejam identificados e punidos numa cidade com histórico de violência política
Por Cláudio Figueiras
O deputado federal Dimas Gadelha (PT-RJ) acionou o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) para apurar os responsáveis pela criação e compartilhamento de uma charge em grupos de WhatsApp que o retrata com um tiro na cabeça. A denúncia ao MPF e à PF foi realizada nesta terça-feira (27).
O desenho, uma paródia de extremo mau gosto da luta entre Popó e Bambam, ocorrida no último domingo (25), simula um "nocaute" do atual prefeito da cidade, capitão Nelson Ruas (PL), contra Dimas, retratado em estado funéreo com hematomas no rosto e com um ferimento protuberante na testa que leva a entender ter sido causado por arma de fogo.
Em vídeo divulgado em suas redes sociais, que recebeu milhares de manifestações de solidariedade, o parlamentar afirmou que a charge é uma "ameaça" que deixou sua família "extremamente preocupada, tensa e apreensiva" por saber da "fama e do histórico de violência do grupo político que está hoje no governo de nossa cidade".
Na denúncia, o deputado que é pré-candidato à prefeitura de São Gonçalo, pede aos órgãos de investigação que se busque, identifique e penalize os responsáveis, e faz um desabafo, após dizer que não será intimidado:
"O único confronto que se espera da boa política é o embate entre quem tem a melhor proposta e melhor projeto para melhorar a vida das pessoas. Para criar emprego e renda, para diminuir a violência que tomou conta dos quatro cantos da cidade. E não promover mais ódio e violência. Ainda está recente em nossas memórias o assassinato do vereador Cici Maldonado", disse Dimas, lembrando do parlamentar morto em frente à sua casa, no bairro Porto da Madama, em novembro de 2023.
O atual prefeito, o PM reformado Nelson Ruas dos Santos, o capitão Nelson, é acusado há anos de participação em grupos de extermínio em São Gonçalo no famoso "carro da linguiça", que aterrorizou comunidades carentes da cidade nos anos 1990 até o início dos anos 2000.
Nelson ainda seria citado no relatório final da "CPI das Milícias" em 2008, que levou vários milicianos e políticos para a cadeia.
São Gonçalo, junto a outros municípios da Baixada Fluminense, é considerada uma das cidades mais perigosas para se exercer atividade política no estado do Rio de Janeiro.
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