Deputada evangélica pede para tirar nome do PL do aborto: 'Favorece estupradores'
A parlamentar se diz contra o aborto, exceto nos casos previstos em lei, mas afirma ter percebido que o projeto não está “de acordo” com sua forma de pensar e defender mulheres e crianças
A deputada federal Renilce Nicodemos (MDB-PA), integrante da bancada evangélica na Câmara, apresentou um requerimento à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados para retirar seu nome do “PL do aborto”. Ela aparece na lista de 32 parlamentares que assinam o projeto como autores.
A parlamentar se diz contra o aborto, exceto nos casos previstos em lei, mas afirma ter percebido que o projeto não está “de acordo” com sua forma de pensar e defender mulheres e crianças.
“Antes eu tinha entendido que era um projeto que daria benefícios e proteção às mulheres. Mas fui me aprofundar e vi que no texto tem uns parágrafos que diz que a mulher terá pena maior do que o próprio estuprador”, declarou Renilce à Folha de S.Paulo.
A deputada disse que o texto favorece quem comete crimes contra mulheres. “Preferi fazer a retirada da assinatura porque tenho certeza absoluta que esse projeto não irá favorecer nem as mulheres nem as nossas crianças, somente esses agressores e estupradores. Sou contra o projeto”, explicou.
Nicodemos chegou a ser sondada para ser relatora do texto e não aceitou. O projeto de lei, que prevê aplicação de pena de homicídio simples a mulheres que realizarem o procedimento após a 22ª semana de gestação, tem como principal autor o deputado bolsonarista Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
O deputado já afirmou que vai pressionar os colegas para votar o projeto ainda neste semestre e que a Câmara pode votar o Estatuto do Nascituro, “muito mais pró-vida”, caso o “PL do aborto” caia.
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