DeepSeek redefine relação China x EUA
Por Helcio Albano
DeepSeek. Guarde esse nome.
Em tradução livre, quer dizer "busca profunda" que causou impactos profundos no mundo da tecnologia de inteligência artificial, causando perdas de mais de 1 trilhão de dólares em Wall Street das principais empresas da área, como OpenAI, Meta, Google e, principalmente a fabricante de chips, a Nvidia, que encolheu U$ 600 bi só ontem (27).
O abalo provocado pela startup chinesa DeepSeek nos mercados de tecnologia e de capitais não para por aí. Ele avança pra questões geopolíticas que redefinem daki pra frente a relação China-EUA e, consequentemente, a relação Oriente-Ocidente nos pilares do capitalismo financeiro high-tech.
Os chineses simplesmente abriram mão da propriedade intelectual de sua IA, que está disponível em código-fonte aberto (open source) pra quem quiser utilizá-la, seja eu, você, empresas e desenvolvedores.
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O anúncio dessa nova tecnologia IA, muito mais barata, eficaz e aberta, revela bem o que é a alma chinesa: milenar, pragmática e silenciosa. Um dia após sua posse, Trump - ao lado de empresários do ramo - anuncia triunfal o "Stargate", conjunto de investimentos de US$ 500 bi em projetos envolvendo IA.
O motivo? Frear e suplantar de vez o desenvolvimento tecnológico da China além das sanções impostas que, ironicamente, possibilitaram o surgimento da DeepSeek.
Toma, laranjão! Deixe sua risada aqui.
Quem ama a História deve, e com razão, se sentir um hodierno privilegiado. Enquanto a China aponta para um mundo pós-capitalista ultratecnológico, os EUA retrocedem ao medievo com seus bilionários senhores tecnofeudais.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.
