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Decidi largar de quem me degrada, por Cristiana Souza

Foto do escritor: Jornal DakiJornal Daki

DJ Ivis - Pamela Holanda/Arte Jornal Daki
DJ Ivis - Pamela Holanda/Arte Jornal Daki

Há poucas semanas uma mulher divulgou vídeos nas redes sociais sendo agredida pelo homem que ela casou e teve uma filha, gerando inúmeras manifestações de apoio e solidariedade à vítima das agressões praticadas pelo tal DJ conhecido no meio artístico. As imagens causam muita revolta e indignação, sobretudo por sabermos que a violência contra a mulher é uma realidade cruel em nossa sociedade.



Uma realidade tão cruel, quanto a violência sofrida, é a culpabilização da vítima por parte da sociedade e do agressor, e isso ficou evidenciado nesse caso quando o agressor ganhou centenas de seguidores no Instagram após justificar porque teria praticado tamanha violência.



Nenhum tipo de violência contra a mulher é justificável, nenhuma mulher deve ficar num relacionamento abusivo que a submete a situações degradantes. Repito, nenhuma violência é justificável.


A discriminação de gênero é tão intrínseca em nossa sociedade que a cada dois minutos uma mulher é agredida no Brasil.



No início da pandemia com o isolamento social os casos de violência contra a mulher aumentaram significativamente, revelando que para muitas mulheres o convívio com o seu parceiro é nocivo.


Romper com o ciclo de violência, seja ela psicológica, moral ou física, não é uma decisão fácil como escolher aquela verdura viçosa no hortifruti, pois os fatores que fragilizam a vítima estão apodrecidos e cito estes como a instabilidade financeira, falta de uma rede apoio e principalmente o medo. Medo de denunciar o agressor, medo de se expor, medo do julgamento de terceiros, medo de não ter para onde ir... Medo de morrer. Pode ser contraditório, mas isso faz parte da vida de mulheres violentadas.



A violência psicológica que outrora sofri e a sorte que tive de sair viva de um relacionamento abusivo me fez uma mulher mais forte, mas as "cicatrizes" ficaram para me lembrar que nós mulheres precisamos cotidianamente lutar pela liberdade dos nossos corpos e de nossas escolhas.


O meu desejo genuíno é que possamos um dia viver numa sociedade onde não sejamos mais alvo da discriminação de gênero e do feminicídio.


Cristiana Souza é Assistente Social.









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