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'Cunhismo' segue firme na Câmara e as barbas de molho também

Foto do escritor: Jornal DakiJornal Daki

Por Helcio Albano

Hugo Motta é eleito presidente da Câmara dos Deputados / Crédito: Foto: Douglas Gomes / Lid Republicanos
Hugo Motta é eleito presidente da Câmara dos Deputados / Crédito: Foto: Douglas Gomes / Lid Republicanos

Hugo Motta (ou 'Motinha', para os mais chegados) foi eleito presidente da Câmara. Ele, do Republicanos, com 35 anos de idade, é o mais jovem a chefiar a "Casa de Ulysses" - aliás, citado por ele no discurso de vitória neste sábado (1).


O paraibano de Patos, o segundo mais poderoso da república e terceiro na linha sucessória, é a continuidade do "cunhismo" na Câmara, que tem como principal característica deixar o executivo permanentemente de joelhos, emparedado e com a faca no pescoço, independente de ideologias. O que manda é a grana, nesse caso, as emendas.



Foi assim com Temer, Bolsonaro e agora com Lula, que tenta, como pode, se desvencilhar do achaque parlamentar com a providencial ajuda do ministro Flavio Dino no STF que, também, vê se aproximar do seu pescoço a mesma lâmina afiada e pontiaguda da chantagem.


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E não, não esqueci. O cunhismo tentou a mesma coisa com Dilma, que não se vergou, mas pagou caro por isso.


O episódio do impeachment causou grandes traumas pra quem foi diretamente impactado e prejudicado por ele (PT e esquerda de modo geral), mas foi relativamente bem absorvido pela sociedade, ao mesmo tempo que empoderou o centrão e deixou aberta, a partir de então, uma janela de oportunidades pra o golpismo sempre que for necessário lançar mão dele. "Com STF, com tudo", lembra?


Com tanto poder, há quem afirme que, na prática, o presidencialismo acabou, e o que há é um semipresidencialismo em que o Congresso deita e rola com o orçamento sem ônus algum com o que é gasto. Como governar assim?


Com as barbas, de molho.


Plus

O cunhismo vem de Eduardo Cunha (MDB-RJ), então presidente da Câmara que botou fogo na república em 2016 ao aceitar e dar início ao processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), apeada do poder num golpe midiático-parlamentar.


Foi Cunha que montou as bases no Congresso para o sequestro de parte relevante do orçamento da União através de emendas parlamentares impositivas e, mais tarde, as secretas, já sob a batuta de seu discípulo Arthur Lira, que arrancou tudo o que quis de Bolsonaro, cagão e omisso.


Bônus

Coube ao parlamentar carioca fazer o trabalho sujo e canalha contra Dilma e o país mesmo pendurado nas investigações da Polícia Federal após centenas de denúncias e acusações que o levariam à cadeia logo após o fim do processo do impeachment.


Bônus-Track

Com tantas acusações e indícios poderosos de corrupção nas costas, Cunha não poderia levar o processo adiante. Mas, protegido principalmente pela mídia (leia-se Globo), o absurdo foi à frente e sabemos o final da história.


Logo após as revelações da "vazajato" descobrimos que, além da mídia, outra força poderosa "operava" o deputado: a Lava Jato, comprovadamente anti-petista, anti-Lula e, assim como Cunha, corrupta.


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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.

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