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'Cultura pop nipônica' dos anos 90

Por Cláudio Roberto


Foto: Cláudio Roberto/Divulgação

Exibida pela extinta TV Manchete entre setembro de 1994 a junho de 1997, a saga de “Os Cavaleiros do Zodíaco” marcou o início da saga dos eventos de Cultura Pop. Numa era Pré-Internet, a animação nipônica agitou o mercado. E diversas publicações - como a “Herói”, “Heróis do Futuro”, “Animação”, “JapanFury” ou “Animax” - aproveitavam o momento para divulgarem a dita “Cultura Pop Nipônica”.


Enquanto algumas publicações como a “Herói” aproveitavam o embalo para faturarem com a febre de “Os Cavaleiros do Zodíaco” publicando todo e qualquer tipo de informação acerca da série (desde ‘resumos’ da trama passando por irrelevâncias como ‘As Namoradas dos Cavaleiros’); outras como a “Animax” (publicada por Sérgio Peixoto Silva e José Roberto Pereira) abriam a oportunidade para que desenhistas e roteiristas novatos tivessem a sua primeira oportunidade no mercado editorial.


Foi assim que obras como “Novas Aventuras de Megaman” ou “HyperComix” surgiram. A iniciativa foi muito boa. Tanto que editoras menores abraçaram a idéia. Lançando desde paródias bem humoradas de séries consagradas na época (como também aventuras eróticas, que – diga-se de passagem – valiam o investimento para muitas destas).



Com a disseminação de informações, surgia para o grande público o trabalho de associações que promoviam a disseminação da Cultura Pop para o grande público. A Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações (ABRADEMI) era uma associação que existia desde 1980. Mas apenas a partir de 1995 – com os artigos de Christiane Sato para as revistas “Heróis do Futuro” e “Anime Club” – a entidade começou a despertar o interesse de muitos. Em 1996, a Abrademi realizou apenas para os seus associados, a primeira edição da “MangáCon” – Convenção Nacional do Animê e Mangá.


O sucesso foi tamanho, que as edições seguintes (“MangáCon II” em 1997, “MangáCon III” em 1998, “MangáCon IV” em 1999 , “MangáCon V” em 2000 e “Anime Summer Fest” em 2001) aglutinavam cada vez mais público na capital paulista, atraindo pessoas de outros estados como Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro.


Paralelo ao trabalho da ABRADEMI, a ORCADE promovia os seus projetos na Gibiteca Henfil na Vila Mariana. Posteriormente, Sérgio Peixoto Silva - um dos diretores da Orcade – teve a idéia de criar em 1999 o seu grande evento, o “AnimeCon” (Convenção Nacional do Animê). Diferentemente do “MangáCon”, o “AnimeCon” teve como diferencial a realização deste fora da Liberdade.


O diferencial de um para outro, era - além da participação de Editores, Desenhistas e Lojistas - a presença de Apresentadoras de TV como Renata Sayuri do extinto infantil “Band Kids” e a presença de inúmeros Cosplayers. Chega a ser incrível fazer esta afirmação em tempos de conectividade online. Mas numa era em que a comunicação se fazia presente por cartas e telefonemas – e a internet era algo restrito a pouquíssimas residências e/ou centros acadêmicos – a divulgação informal trazia um grande público. Tanto que o “AnimeCon” saiu do número 900 da Avenida Paulista (Prédio da TV Gazeta), e passou para outros locais como a Faculdade Anhembi-Morumbi e o Colégio Marista Arquidiocesano (local de sua última edição no ano de 2003).


O ano de 2003 marcou o surgimento do “Anime Friends”. Criado por Takashi Tikasawa, o AF – como ficou conhecido – marcou a história dos eventos. Embora não fosse bem organizado se comparado ao “AnimeCon”, o AF foi o primeiro a ter atrações internacionais. Hironobu Kageyama (cantor dos temas de abertura de Dragon Ball Z), Akira Kushida (cantor dos temas de Jiraiya e Jiban) e Hiroshi Watari (ator de diversas séries Tokusatsu dos anos 80 como “Sharivan” e “Spielvan”) foram as grandes atrações deste. O AF fez sucesso, e continuou nas mãos da Yamato Corporation de 2003 até o ano de 2017 (quando passou a ter a gerência da Maru Division).



Foto: Reprodução

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Foto: Divulgação

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Uma coluna que conta ‘um pouco’, de um ‘muito’ e vasto universo – o “Universo Anime” por Cláudio Roberto.


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