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Cultura Anime: meu primeiro e último cosplay

Por Cláudio Roberto



A primeira vez que fiz um cosplay, foi em janeiro de 2000. Eu tinha de 24 para 25 anos.


A última vez que farei um cosplay, será em setembro de 2025. Até lá, eu mudarei de faixa etária: De 49 passarei para 50 anos.


Em 25 anos, muita coisa mudou. Não apenas a minha aparência física. Mas, a forma como a dita “Cultura Pop Japonesa” passou de algo ‘nichado’ para algo “aberto” em consumo e divulgação. Algo inimaginável para muitos dos garotos e garotas de 25 anos atrás, que – não tendo Shopee e AliExpress – faziam suas fantasias com as costureiras daqui, e se contentavam com as exibições de “Dragon Ball Z” na Rede Globo (além de se reunirem em eventos até então ‘fantásticos’ como o “Anime Rio” no RJ e o “MangáCon” e o “AnimeCon” em SP).



Eram eventos ‘precários’ em estrutura (se comparados com os eventos da atualidade). Porém, havia uma “magia”. Todos aqueles jovens tímidos e diferentes, eram ‘isolados’ em seus meios sociais. Mas tinham no ambiente dos eventos uma “assembleia” de congraçamento e aceitação. Talvez por isso, criou-se uma ‘mística’ de que todos ali eram “felizes” (e de fato, éramos! Todos eram jovens, e não haviam sido contaminados pelo amargo fel da vida adulta com suas inevitáveis amarguras e decepções).


Voltando aos tempos atuais: O garoto que antes vibrava com Seiya e os Cavaleiros do Zodíaco, hoje vê uma nova geração curtindo Momo e Okarun no louco universo de DanDaDan. Um choque e tanto, pois se em 1995 penávamos para acompanhar a exibição de Cavaleiros na TV, a atual geração em 2025 já tem toda a série disponível para maratonar a qualquer hora e em qualquer lugar no streaming!


Eu ainda frequento os eventos (apesar das ‘críticas’ de alguns e/ou do sentimento de “estranheza” de outros). De fato, tenho a idade para ser o pai de muitos dos garotos e garotas que fazem cosplay hoje em dia. Porém, não me vejo numa tarde de domingo, sentado num bar para assistir a um jogo de futebol (bebendo cerveja e ouvindo música brega da pior qualidade)! Curto registrar os eventos de animes como um hobby saudável para passar o meu tempo.


Enfim... Apenas falando sobre “envelhecimento”, “etarismo” (e as mudanças na percepção acerca da dita “cultura pop no Brasil” nos últimos 25, 30 anos). O jovem que hoje tem 25 anos, daqui a 25 anos terá 50. E se ainda curtir animes e mangás apesar de tudo... Terá de lidar não apenas com um novo ambiente, como também lidar com o possível e eventual “preconceito” de uma sociedade que prejulga o ‘pop’ como “jovem” (se esquecendo que todo esse caminho, começou com uma turma que – na garra e na coragem – construiu as bases para tudo isso).


Sim, é o caso dos ‘novos’ olharem para nós – os “velhos estranhos” e ‘fora do ninho’ dessa atual geração – e saber que sem “nós”... Isso nunca, JAMAIS teria acontecido. E que o mínimo que deveriam fazer, seria nos RESPEITAR acima de tudo.




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Uma coluna que conta ‘um pouco’, de um ‘muito’ e vasto universo – o “Universo Anime” por Cláudio Roberto.

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