Covardia e desumanidade contra os professores de São Gonçalo - por Dimas Gadelha
Desespero. Dor. Indignação. Esses foram os sentimentos que vieram junto da notícia dada por uma amiga professora da rede municipal de ensino de São Gonçalo sobre o Plano de Carreira da categoria, destruído hoje (14) por 23 votos na Câmara de Vereadores.
O ato criminoso ocorreu depois de muita tensão devido à presença de policiais e de viaturas com caçambas abertas em frente à Câmara, que não tinham outra finalidade senão intimidar os trabalhadores que foram à casa legislativa exercerem seu sagrado direito de manifestação. E se não bastasse isso, os professores ainda foram impedidos de acompanhar a sessão no Plenário. Uma vergonha!
Nesse episódio, do início ao fim, o prefeito capitão Nelson não deixou nenhuma dúvida sobre o que realmente é: covarde, autoritário e desumano.
Sua Mensagem, enviada ao Legislativo na calada da noite, passou como rolo compressor por cima de vidas já dilaceradas pela pandemia. Pela desvalorização crônica da profissão e pelo desrespeito até do que manda a Justiça, solenemente ignorada por esse governo inimigo dos servidores públicos do Município que terão 2021 como uma ano de triste memória.
O prefeito capitão Nelson arrancou de professoras e professores um Plano de Carreira que dava-lhes orgulho e devolveu, tal como bala de canhão pelas costas, apenas desespero e desesperança às vésperas do que deve ser o pior Natal de suas vidas. Covardes!
Temos um prefeito fantoche, junto com seu grupo político na cidade, de uma política de destruição do serviço público que vem de Brasília. Não se engane. É tudo junto e misturado.
O sonho desse pessoal é acabar com o concurso público. Eles odeiam servidores públicos porque estes são os guardiões do interesse da sociedade e da democracia. E também por odiarem a democracia, fazem o que fizeram hoje com os professores.
Toda a minha solidariedade. Esse pesadelo vai acabar.
Dimas Gadelha é médico sanitarista, secretário de Gestão e Metas de Maricá e ex-secretário de Saúde de São Gonçalo.