Conselho Tutelar: direita fisiológica e fundamentalista devem avançar em SG
Por Helcio Albano
No próximo domingo (1/10) terá eleição para os conselhos tutelares em todo o Brasil. A disputa, que vai definir quem irá zelar pelo cumprimento do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) - cada vez mais uma letra morta da lei -, é uma espécie de prévia das eleições municipais. E facultativo. Isso quer dizer que, vence, quem se mobiliza mais pra levar o eleitor à urna.
Em São Gonçalo, os CTs sempre funcionaram como uma "casamata" dos vereadores ou de postulantes ao Parlamento onde lá enfiam seus prepostos. Com Panisset, entram os evangélicos neopentecostais na parada, que "elevam" (ou seria rebaixam?) a disputa a outro patamar.
É esse grupo de religiosos [hoje] à direita que constitui a maioria dos eleitos. E que invariavelmente atua pra sabotar o ECA. Juízes e profissionais da Vara da Infância passam um dobrado com esse "povo" de Deus.
E agora chegam relatos de que, na reta final da campanha, algumas secretarias do governo Nelson entraram firme em campo e intensificaram o assédio pra cima dos comissionados, que precisam entregar pelo menos três votos para os escolhidos da vez. Segue o jogo.
Na eleição de 2019, o último titular a entrar teve 459 votos. São 20 vagas em disputa. Não é fácil.
Esse ano tudo indica que fica tudo como está. Isto é, com hegemonia total da direita fisiológica e fundamentalista, que pode até avançar e tirar a única vaga do campo progressista, democrático e legalista, representado por Silvio Carvalho, militante do movimento negro.
O resultado de agora nos dará o tamanho dos desafios de amanhã.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.
