Com 4 mulheres, Câmara de São Gonçalo tem a maior presença feminina da história
Se entre os homens a quase totalidade é governista, entre as mulheres oposição e apoio ao prefeito capitão Nelson é dividido ao meio
Por Rodrigo Melo
Nesta quinta (2) duas vereadoras participaram de sua primeira sessão plenária após tomarem posse como suplentes: Janilce Magalhães (Psol) e Patricia Silva (Cidadania). As duas vêm se juntar a Priscilla Canedo (PT) e a Mariangela Valviesse (PL), formando a maior bancada feminina de toda a história do parlamento gonçalense desde que a cidade elegeu sua primeira parlamentar, Aída de Souza Faria, em 1962.
A Câmara que até 2022 tinha apenas uma mulher eleita (Canedo), agora contará com quatro parlamentares (três suplentes) para tentar diminuir a enorme discrepância de representação de gênero na casa legislativa que, dos 27 vereadores, 23 são homens numa sociedade em que o peso feminino é ainda maior que o masculino.
Mas se há brutal desigualdade de representação de gênero, isso não ocorre na parte política, que se dividem igualmente entre oposição e base de apoio ao prefeito capitão Nelson Ruas (PL). Priscila e Janilce sobem à Tribuna para criticar o governo, enquanto Mariângela e Patrícia se desdobram em defendê-lo.
E o desentendimento entre oposição e governo entre as vereadoras começou antes mesmo de Patrícia tomar posse no lugar do titular Bruno Porto (Cidadania), que se licenciou do cargo para assumir uma secretaria a convite do prefeito.
Porto se lançou à presidência da Comissão de Mulheres, antes ocupada por Canedo, no intuito de garantir o posto à sua suplente quando deixasse a Câmara, gerando um mal-estar entre ele, Patrícia, e a petista, que até fez campanha nas redes sociais em repúdio à manobra do vereador.
Priscilla e Patricia, conhecidas por vestir rosa, são desde então adversárias fidaguais para ver quem se prevalece com o taller de cor em alusão às mulheres.
Também devemos ver um embate firme entre Mariangela, conservadora e evangélica, das pautas moralistas, e Janilce, mulher negra, progressista, defensora das pautas feministas, LGBT, das religiões de matriz africana e militante antirracista.
Elas estão longe de ser maioria na Câmara, mas garantem sessões menos modorrentas do que as protagonizadas pelos seus colegas homens.
Janilce Magalhães, de 50 anos, assumiu a vaga de seu colega Prof. Josemar Carvalho, que tomou posse como deputado estadual. E Mariangela Valviesse assumiu no lugar de Pedro Pericar (PL), que é secretário de Habitação.
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