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Cerco ao gatonet: Polícia e Anatel vão mapear empresas de internet operadas pela bandidagem no Rio

Foto do escritor: Jornal DakiJornal Daki

Uma reunião entre a Secretaria de Segurança e a Fiscalização da Anatel marcou o início das tratativas

Foto Reprodução
Foto Reprodução

A Secretaria de Segurança Pública do Rio iniciou uma colaboração com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para identificar provedores de internet suspeitos de estarem sob o controle de facções criminosas.


Em reunião realizada nesta segunda-feira, representantes da secretaria apresentaram à Anatel uma lista de empresas que operam no estado e que, segundo investigações, podem estar ligadas ao crime organizado. O encontro, que marca a primeira fase dessa parceria, visa mapear as áreas de atuação dessas empresas e estudar medidas para interromper a operação de provedores irregulares ou suspeitos.


Entre as ações discutidas, destaca-se a elaboração de um mapa das zonas de atuação dos provedores suspeitos na capital, com foco nas áreas dominadas por facções criminosas. Um dos locais identificado foi o entorno do Complexo de Israel, na Zona Norte da cidade. A subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança explicou que está sendo feito um levantamento de todas as empresas que atuam em comunidades e suas possíveis relações com facções, com o objetivo de identificar práticas como extorsão e monopólio no fornecimento de internet.



A investigação aponta para um cenário em que, em determinadas regiões, uma única empresa domina o fornecimento de internet, o que pode estar relacionado a práticas criminosas de controle do mercado e cobrança de taxas ilegais.


Em nota, a Anatel informou que “é responsável pela concessão de outorgas, regulamentação e fiscalização dos serviços de telecomunicações, garantindo o cumprimento das obrigações pelas prestadoras, conforme estabelecido na Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº 9.472/1997)”.


A Agência ressaltou ainda que a competência dela sobre acompanhar e atuar contra empresas irregulares “está associada à sua regularidade ou não frente aos critérios e obrigações técnicas estabelecidos na regulamentação de telecomunicações, não está dentro das atribuições da Anatel investigar ou determinar acerca de ligação com facção ou outra organização criminosa”.


Ameaças e intimidação de técnicos

O Jornal O GLOBO revelou na última segunda-feira, 17, que técnicos de empresas de telefonia e internet vêm sendo ameaçados por traficantes ligados ao criminoso Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”, chefe do tráfico no Complexo de Israel. Esses profissionais, responsáveis pela instalação e manutenção de serviços legalizados, têm sido ameaçados de morte caso não abandonem a região. Desde setembro de 2023, técnicos da Vivo, Claro, Tim e Oi foram alvos de intimidações enquanto tentavam prestar serviços nos bairros de Brás de Pina, Parada de Lucas e arredores.


A empresa suspeita de estar ligada a essa atividade ilegal é a RDO Telecomunicações LTDA, que opera sob o nome fantasia Cestas Básicas Lu e Re. A companhia, que tem exclusividade para fornecer internet na região do Complexo de Israel, está sendo investigada por sua associação com o tráfico de drogas, comandado por Peixão. De acordo com as investigações, traficantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP), sob ordem de Peixão, impõem a contratação de serviços da RDO Telecomunicações e, para isso, intimidam moradores e profissionais da área.


O domínio exclusivo da RDO Telecomunicações na área é uma preocupação crescente. Técnicos e moradores têm relatado que, além das ameaças de morte, traficantes roubam equipamentos das empresas regulares e passam a oferecer seus próprios serviços de internet, tornando o monopólio ainda mais evidente. O caso foi encaminhado para o Judiciário, que deve analisar os pedidos de mandados de busca e apreensão, podendo determinar a prisão dos envolvidos.


Via Agenda do Poder.

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