Censo 2022: 83% dos brasileiros já participaram da pesquisa
Agentes de saúde do Rio ajudam na coleta de dados
G1 - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) formalizou nesta terça (27) um acordo com a Prefeitura do Rio de Janeiro para permitir a atuação de agentes de saúde como recenseadores na cidade. O objetivo do convênio é acelerar a coleta de dados, que está atrasada e não terminará este ano.
“A parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e outras secretarias municipais e de outros estados estão sendo fundamentais na coleta do censo”, destacou Cimar Azeredo, diretor de pesquisas do IBGE.
A parceria já ocorre em outros municípios. No Rio, os agentes já atuam em ações conjuntas dos dois órgãos.
Azeredo citou que, em alguns locais da capital fluminense, a coleta de dados avançou graças ao apoio dos agentes de saúde. Segundo ele, a Rocinha, na Zona Sul do Rio, é um destes espaços.
“Em uma série de locais no Rio de Janeiro, graças a esta parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, conseguimos colocar em campo mais de 500 agentes de saúde para fazer o censo”, disse Azeredo.
O diretor de pesquisas do IBGE destacou ainda que os agentes de saúde foram treinados para a coleta e que a própria área da saúde é grande usuária dos dados do censo.
Fabíola Borges da Costa, que é agente de saúde e também está fazendo o trabalho de recenseadora, a atuação dos dois profissionais é complementar e destaca que o trabalho diário nas comunidades a ajuda na coleta de dados.
“O trabalho do agente de saúde é este. Entrar no domicílio do paciente, de saber, conhecer, de saber se tem caixa d’água, quantos cômodos tem a casa. Este já é o trabalho do agente de saúde. Aí você tem uma maior facilidade de fazer este trabalho como recenseador", afirmou a agente de saúde.
Para as pessoas que precisarem remarcar a visita dos recenseadores do Censo 2022, o IBGE coloca no ar o número 137, que entrou em funcionamento nesta terça. Piauí e Sergipe já contam com o serviço. Na página do instituto é possível consultar se está disponível em cada município.
Ao receber a ligação, os atendentes pedem que o morador se certifique se nenhuma outra pessoa que reside no domicílio respondeu ao Censo. A partir da conferência do banco de dados, é conferido se o local consta como visitado ou não.
Caso o endereço não tenha sido visitado, o atendente informará que um recenseador irá presencialmente ao domicílio. Nesses casos, são abertos “chamados” para as equipes locais, para que entrem em contato com os moradores e agendem um dia para visitar a residência.
No começo do mês de dezembro, o IBGE admitiu que a operação do censo 2022 não terminaria este ano. Segundo o instituto, a operação censitária ultrapassou 80% da população do país. A previsão inicial era concluir o recenseamento em outubro.
Entre os fatores apontados pelo IBGE para o atraso estão a falta de recenseadores e a recusa de parte da população em responder aos questionários da pesquisa. Assim, o instituto espera reduzir o efeito dos dois problemas com a parceria com a Prefeitura do Rio.
“A coleta está atrasada. Era para termos fechado em outubro, mas não conseguimos fechar. Tivemos um desafio que é contratar recenseadores. É uma forma que o IBGE vai ter que repensar o próximo censo, que é a forma de recrutar os recenseadores. Isso já havia acontecido em outras edições do censo, mas se agravou. Vamos ter que entrar no mês de janeiro para tentar fechar os dados, principalmente em estados maiores como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Os municípios maiores ainda estão em aberto”, afirmou Azeredo.
Em todo o país, o censo já chegou a 83,8% da população do país, com mais de 178 milhões de pessoas pesquisadas.
Estados com maior cobertura pelo censo 2022 estão o Piauí (96,8%), Santa Catarina (92,7%), Paraíba e Sergipe (92% cada).
No Estado do Rio de Janeiro, cerca de 14 milhões de pessoas foram recenseadas, fazendo com que a cobertura do trabalho chegue a pouco mais de 80%, abaixo da média nacional.
Entre os estados com a coleta de dados mais atrasada estão Espírito Santo (75,8%), Mato Grosso (74,8%) e Amapá (73,3%).
178.641.984 pessoas foram recenseadas;
87,7 milhões de domicílios visitados;
83,8% da população participou da pesquisa.
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