Braço direito do miliciano Tandera é preso pela PM
Contra Rodrigo Cardoso Ferreira conhecido como Digo havia um mandado de prisão por organização criminosa
G1 - A Polícia Militar prendeu, nesta segunda (9), o paramilitar Rodrigo Cardoso Ferreira, o Digo, de 31 anos. Foragido da Justiça do Rio pelo crime de organização criminosa, ele é apontado pelos investigadores como o homem de confiança do miliciano Danilo Dias Lima, o Tandera.
Além disso, ele é investigado por participar de uma reunião com pré-candidatos às eleições de 2020 na qual foi prometido apoio aos políticos em troca de nomeações para cargos públicos, secretarias de governo, e possíveis licitações e contratos fraudulentos.
Segundo a PM, o miliciano foi detido por equipes do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) quando realizavam um policiamento pela Linha Vermelha, na altura do Parque das Missões, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Os PMs teriam desconfiado de um carro e decidiram aborda-lo. Nele estavam dois homens. Durante a verificação, os agentes constataram que um dos suspeitos possuía um mandado de prisão em aberto.
Ainda segundo a corporação, na 60ª DP (Campos Elíseos) foi possível confluir que Rodrigo faz parte da milícia de Tandera. O segundo envolvido, ainda não identificado, também foi conduzido à delegacia.
Política x Milícia - O encontro entre políticos que concorriam a prefeituras da Baixada e os líderes da milícia de Tandera, em abril de 2020, foi feito para debater um acordo entre pré-candidatos e o grupo criminoso.
Estavam presentes quatro pré-candidatos às eleições daquele ano — entre eles, o ex-deputado federal Cornélio Ribeiro, que foi pré-candidato pelo PRTB — mas apenas dois de fato concorreram a algum cargo. Nenhum foi eleito.
Estavam na reunião Thaianna Cristina Barbosa dos Santos, a Dra. Thay, pré-candidata à prefeitura de Mesquita pelo PSDB em 2020, Luciano Henrique Pereira, que foi pré-candidato à prefeitura de Seropédica pelo PL, e Cornélio Ribeiro, que foi pré-candidato pelo PRTB, mas não chegou a concorrer à prefeitura de Nova Iguaçu naquele ano. Já o Jorge Alves Santos, que também estava na reunião, foi apontado pela polícia como pré-candidato a vereador de Nova Iguaçu, mas também não disputou o cargo.
Na última quarta (3), o Ministério Público do Estado (MPRJ) e a Polícia Civil deflagraram a operação “Epilogue” contra a quadrilha e cumpriu 13 mandados de prisão preventiva e outros 25 de busca e apreensão. Das dez pessoas que participaram da reunião, seis foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio.
Tandera, Marcelo Morais dos Santos, o Grande, e Gilson Ingracio de Souza Junior, o Varão, são acusados de envolvimento com organização criminosa, ameaça e extorsão, lavagem de dinheiro e porte ilegal de arma de fogo.
Já os políticos Thaianna Cristina, Luciano Henrique e Cornélio Ribeiro foram indiciados por ligação com organização criminosa. Jorge Alves não foi denunciado pelo MP.
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