Bolsonaristas do PL ficam em silêncio após operação da PF contra golpistas
Os que se pronunciaram o fizeram de modo tímido diante das provas divulgadas pela Polícia Federal; foi encontrado na sede do partido documento que justificaria decretação de estado de sítio
Rodrigo Melo
Após mais de 12 horas da operação Tempus Veritatis, desencadeada para fazer buscas, apreensões e prisões contra criminosos que tentaram um golpe contra a democracia e o estado de direito no Brasil, o que reina ente políticos do PL, partido de Bolsonaro, é o silêncio ou reações tímidas frente às ações da Polícia Federal em vários estados do país.
Conhecido por seu histrionismo nas redes sociais, o deputado mineiro Nikolas Ferreira não se manifestou durante todo o dia. Sua colega de bancada na Câmara, Carla Zambelli (SP), preferiu seguir trolando o governo Lula e a Janja, se limitando apenas a desmentir a prisão do presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto, por porte ilegal de armas.
Já Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por motivos óbvios, defendeu o pai e a tese sem pé nem cabeça de que as operações, frutos de mais de um ano de investigações e autorizadas desde de janeiro no STF, é uma mera reação ao retorno do ex-presidente às lives na internet, como a de 28 de janeiro, realizada para vender um curso online de extrema-direita.
No Rio, o deputado e pré-candidato à prefeitura de Niterói, Carlos Jordy, que semanas atrás também fora alvo da PF no âmbito das mesmas investigações, procurou o Twitter para denunciar um "suposto" plano de perseguição ao PL, depois da divulgação de um documento encontrado pela polícia no gabinete em que Bolsonaro despacha, na sede da legenda em Brasília, justificando a decretação de um estado de sítio como parte do golpe de Estado tramado por membros de seu governo.
E o silêncio também foi a opção escolhida pelo presidente do PL no estado e líder do partido na Câmara, deputado Altineu Côrtes. A última postagem no seu Instagram, rede mais usada pelo parlamentar, é de ontem celebrando o avanço do projeto no Senado do fim do benefício das "saidinhas" dos presídios nos finais de ano.
Resta saber se depois dos episódios de hoje com companheiros de partido o ilustre deputado continuará defendendo a aprovação deste projeto.
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