Assim como em São Gonçalo, maioria quer deixar São Paulo
Maior metrópole da América Latina, que hoje completa 470 anos, tem problemas idênticos aos da terra do santo violeiro
Por Cláudio Figueiras
Pesquisa realizada pela Rede Nossa São Paulo e divulgada nessa semana, atestou que 60% da população quer deixar a cidade de São Paulo, que completa nesta quinta-feira (25.1.2024) 470 anos.
O sentimento do paulistano é muito familiar ao gonçalense que, em sua grande maioria, também quer meter o pé da cidade do santo violeiro, por motivos até similares aos dos apontados na pesquisa em Sampa, como problemas no trânsito, dificuldade para morar bem e violência, somando-se a isso a empregabilidade. A média salarial em São Gonçalo, quando tem emprego, é de 1,8 mil reais
E tal sentimento se transforma cada vez mais em realidade, como atestado no último censo do IBGE, que identificou 10,3% de perda populacional em São Gonçalo, caindo de pouco mais de 1 milhão de habitantes para 896 mil. Pelo menos 40 mil desse contingente migrou para a cidade vizinha, Maricá, que oferece melhor qualidade de vida.
Maior metrópole do país, com população de 11,5 milhões de pessoas – superior à de muitos países, como Portugal, Paraguai e Suécia – São Paulo, diferentemente de São Gonçalo, é historicamente acidade mais atrativa do país, mas, mesmo assim, a maioria dos moradores quer deixá-la.
A pesquisa da Rede Nossa São Paulo mostra um resultado consolidado, já que há pouca variação desde, pelo menos, 2009 – quando 57% diziam querer deixar a cidade.
“A cidade oferece muitas oportunidades de trabalho, cultura, educação, conhecimento, enfim, São Paulo é uma metrópole global e tem muitas virtudes. Mas essas pessoas, que são maioria, não conseguem acessar as virtudes e ficam com os problemas da cidade”, destaca o coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, Jorge Abrahão.
Para a maior parte da população, São Paulo acaba sendo trânsito, dificuldade para morar bem e violência. “A maioria leva, por exemplo, um tempo enorme da vida dela dentro do carro porque a média das pessoas no trânsito é de duas horas e meia por dia. Isso além das questões de habitação e da violência”, ressalta o coordenador.
"Sabe quando você sabe que até o governante não gosta de sua cidade? É quando ela não é arborizada. Isso ocorre tanto em São Paulo quanto em São Gonçalo, independente se uma é rica e outra é pobre. São cidades hostis às pessoas, cada uma com um motivo diferente. Em São Gonçalo, nem o governante mora na cidade, por isso não cuida", desabafou Luigi Monteiro, 20 anos, que está de malas prontas para se mudar para Maricá.
Com informações de Agência Brasil.
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