As pessoas só podem dar aquilo que tem
Por Helcio Albano
A semana começou muito mal em São Gonçalo. Dessa vez as chuvas atingiram em cheio a região central da cidade e a parte ocidental da Serra do Engenho Pequeno. Praticamente todos os bairros que compõem a bacia do Rio Imboaçu tiveram prejuízos graves. E nem o Pronto Socorro Central, no bairro Zé Garoto, escapou da fúria das águas registradas em vídeos que viralizaram na internet.
No Lindo Parque, o cenário era de terra arrasada. O professor, escritor e colunista do Jornal Daki, Erick Bernardes, perdeu tudo numa enchente que não ocorria há três décadas, segundo relatos de moradores mais antigos do bairro. Os mesmos que fornecem ao ilustre gonçalense matéria-prima para a produção dos seus "Cambadas", livros que contam histórias dos bairros e logradouros de São Gonçalo.
Fui ao seu encontro hoje pela manhã a fim de ajudá-lo e à sua esposa, Vivi, a salvar o pouco que restou. Sua biblioteca pessoal e os 4 volumes do Cambada - algo em torno de 300 livros que ainda tinha em estoque para venda - foram tomados pela lama. Suprema ironia, já que a sua obra tem como símbolo o caranguejo, animal cujo habitat é a lama do mangue.
Lá também encontrei, em missão de solidariedade a Bernardes, nosso amigo em comum, o professor e historiador Rui Aniceto Fernandes, que discorreu sobre falta de empatia com as tragédias alheias.
Já no uber, na volta, vi no Twitter reclamação de uma pá de gente contra a insensibilidade e irritação do prefeito capitão Nelson com a imprensa que fazia o seu trabalho de busca de informação sobre a situação da cidade.
Cada um dá o que tem.
Plus
Pra ajudar o Erick sair o mais rápido possível desse sofrimento foi aberta uma vaquinha virtual através do Pix do próprio Erick: 052280757-71 (CPF).
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.
