Argentina é único país do P20 a não aderir à declaração conjunta de combate à fome, pobreza e desigualdade
O último dia da 10ª Cúpula de Parlamentos do G20 (P20) foi marcado pelo debate sobre a reforma da governança global e divulgação da declaração final que será encaminhada aos Chefes de Estado do bloco, que acontece entre 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.
O documento, de 10 páginas, contém 41 resoluções sobre os três eixos de debate: combate à fome, pobreza e desigualdade; desenvolvimento econômico, social e ambiental sustentável; e a reforma da governança global. Apenas o governo da Argentina divergiu dos pontos apresentado pelos parlamentos, e não assina a carta de Brasília.
Em sua conta na rede social X, o deputado argentino Santiago Pauli, que participou da cúpula em Brasília, afirmou que tanto o governo nacional como o Congresso de seu país não concordam com a Agenda 2030 da ONU e com o Pacto pelo Futuro, e fez uma defesa expressa de uma agenda econômica baseada no livre mercado e da meritocracia.
“A melhor maneira de diminuir a desigualdade econômica e a pobreza é mediante o fomento do desenvolvimento econômico baseado no livre mercado, e não através da implementação de políticas coletivistas que, ainda que bem-intencionadas, deram historicamente resultados contrários aos esperados. E a melhor forma de remediar a falta de participação de certos grupos na política e fomentá-la com base no mérito individual”, afirmou o parlamentar.
Uma das novidades da declaração é a inclusão do compromisso para implementação das recomendações da 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, realizada na cidade de Maceió (Alagoas), nos dias 1 e 2 de julho de 2024, e a sugestão de que as futuras presidências considerem a realização da atividade de mulheres como parte das suas agendas oficiais de reuniões.
No tema do combate à fome, a declaração repudia o aumento da fome no mundo e reafirma o compromisso com o objetivo de erradicação da pobreza e o desenvolvimento sustentável. Também saúda a iniciativa do governo brasileiro à frente da presidência do G20 de lançar a Aliança Global contra a Fome e Pobreza. Menciona ainda o emprego produtivo e no trabalho decente “como ferramenta para satisfazer a busca das pessoas por desenvolvimento pessoal e para reduzir desigualdades sociais e econômicas”.
“Em relação ao enfrentamento das mudanças climáticas, a declaração final do P20 destaca “a necessidade de políticas eficazes baseadas em evidências e de financiamento ampliado para prevenir e mitigar desastres, bem como de medidas de adaptação para amortecer o impacto social e aumentar a resiliência dos ecossistemas e comunidades, principalmente nos países menos desenvolvidos”, diz o texto, que aponta mulheres, crianças, idosos, refugiados, migrantes, pessoas com deficiência, comunidades tradicionais e locais, povos indígenas e moradores de regiões de baixa renda como os principais afetados pelos impactos decorrentes das mudanças climáticas e desastres nacionais.
*Com informações Brasil de Fato
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