Agências de risco são cúmplices da fraude financeira
Por Helcio Albano
Economia é um assunto espinhoso e não deveria ser. Assim como a escola peca em não educar para a cidadania e convivência - fundamentos da democracia -, ela também peca em não transmitir noções básicas de economia, finanças e quetais materializados nos boletos de todo mês que invariavelmente roubam o nosso sono.
A Folha de S. Paulo nos traz nessa manhã de segunda (6) reportagem tentando entender como os guardiões do mercado de capitais falharam tanto no caso Americanas, que meteu uma capivara de R$ 40 bilhões pra gente pagar.
["Ain, mas a empresa é do Lemann. É ele que vai pagar." kkkkkkkkkk. É a gente que vai pagar o preju dos bancos, otário! Vê quanto tá custando o crédito! Tudo combinado com o Banco Central que quer ferrar o Lula mantendo os juros na estratosfera. Isso une o útil ao agradável para a burguesia brasileira: salva banca, ferra o governo e mantém a extrema direita viva. Mas você não está preparado pra essa conversa.]
Ainda com sono e certo de modorrenta leitura, tudo muda da metade pro final da matéria quando a luz irrompe das montanhas de Santa Isabel: agências de rating (risco), auditoria e de análise de crédito nada mais fazem que o velho "ao gosto do freguês".
Encobre-se a fraude, no sapatinho, e todos ganham. E quando descoberta, o baronato capitalista socializa o prejuízo, as agências mudam de nome e um novo ciclo criminoso começa no maravilhoso mundo do sistema financeiro. Voilá!
Lembrando aqui, Lemann e Cia. deram um calote de mais de R$ 70 bilhões na praça. Essa gente fará o que com a Eletrobras?
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.