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Acusado de conspiração, Eduardo Bolsonaro foge para os EUA

Foto do escritor: Jornal DakiJornal Daki

Em vídeo publicado em seu canal no YouTube, o parlamentar, que se licenciou do mandato, admite que teme ser preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes

Dos EUA, Eduardo Bolsonaro anuncia que não voltará ao Brasil. Foto: reprodução
Dos EUA, Eduardo Bolsonaro anuncia que não voltará ao Brasil. Foto: reprodução



O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou, nesta terça-feira (18), que vai se licenciar “temporariamente” do mandato na Câmara dos Deputados e permanecer nos Estados Unidos, seguindo o exemplo de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ficou na Flórida por três meses – de janeiro a março de 2023 – para tentar se desvincular do seu plano de golpe de Estado.


A decisão ocorre em meio ao risco de Eduardo ter seu passaporte apreendido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após uma ação do PT que o acusa de crime contra a soberania nacional ao atacar o Judiciário brasileiro no exterior.


Em vídeo publicado em seu canal no YouTube, o parlamentar admite que teme ser preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. “Nunca imaginei que eu faria uma mala de 7 dias para não mais voltar para casa (…). Meu trabalho é muito mais importante aqui nos Estados Unidos do que no Brasil”, disse.


Eduardo afirma que não pretende se submeter ao que chamou de “regime de exceção” e que seguirá nos EUA para buscar “sanções aos violadores de direitos humanos”. Ele ainda citou o guru do bolsonarismo Olavo de Carvalho, justificando que ficará em outro país pois “não se combate uma ditadura estando dentro dela”.




“Não irei me acovardar, não irei me submeter ao regime de exceção e aos seus truques sujos. Da mesma forma que assumi o mandato parlamentar para representar minha nação, eu abdico temporariamente dele, para seguir representando esses irmãos de pátria que me incumbiram dessa nobre missão”, declarou o “filho 03” do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Irei me licenciar, sem remuneração, para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”.


Veja o vídeo:


A decisão representa uma mudança de planos do deputado, que havia informado a lideranças do PL que retornaria ao Brasil na terça-feira (18) após 20 dias nos Estados Unidos para assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden), com o apoio do líder do partido na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).


Com a licença de Eduardo, o deputado Zucco (PL-RS), atual líder da oposição na Câmara, assumirá a presidência da Creden. “No meu lugar será nomeado o deputado federal gaúcho Zucco para a comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Ele irá me ajudar institucionalmente a manter essa ponte com o governo Trump e o bom relacionamento com países democráticos e desenvolvidos”, afirmou.


“Não é fácil saber que meu pai pode ser injustamente preso e talvez eu jamais tenha a chance de reencontrá-lo pessoalmente de novo. Não tenho dúvida de que o plano dos nossos inimigos é encarcerá-lo para assassiná-lo na prisão ou deixá-lo lá perpetuamente, assim como aconteceria com Donald Trump, caso não tivesse sido reeleito agora, em 2024”, desabafou Eduardo.


Eduardo também não poupou ataques a Moraes, afirmando que o magistrado age por vingança. “Se Alexandre de Moraes quer apreender o meu passaporte ou mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar os seus crimes nos Estados Unidos, então é justamente aqui que eu vou ficar e trabalhar mais do que nunca”.


Motivação da fuga

A decisão de Eduardo ocorre em um momento delicado para ele e para a extrema-direita. No fim de fevereiro, o PT ingressou com uma ação no STF pedindo a apreensão do passaporte do deputado, alegando que ele estaria cometendo crime contra a soberania nacional ao criticar o Judiciário brasileiro no exterior.


Moraes, relator do caso, enviou a ação à Procuradoria-Geral da República (PGR) e deu um prazo de cinco dias para o órgão se posicionar. No entanto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu não cumprir o prazo, avaliando que o descumprimento não traria prejuízos ao processo.


O “03” está nos Estados Unidos desde 27 de fevereiro, mesmo dia em que o PT apresentou o pedido de apreensão de seu passaporte ao STF. Por causa disso, ele não participou da manifestação liderada por seu pai no domingo (16), em Copacabana, no Rio de Janeiro, em defesa da anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro.


O fracasso do ato também é visto como impulsionador para a decisão de Eduardo. Enquanto Bolsonaro chegou a clamar por 1 milhão de seguidores nas ruas, a Universidade de São Paulo (USP) calculou apenas 18 mil bolsonaristas no evento.


O esvaziamento do ato é considerado também um enfraquecimento da pauta por anistia, simbolicamente selando a futura prisão do ex-presidente pela tentativa de golpe e complicações jurídicas aos aliados mais próximos.


Via DCM.


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