A pandemia e São Gonçalo, por Dimas Gadelha
O Brasil neste sábado (19/6) bateu a dolorosa marca de 500 mil mortos vítimas da pandemia do SarsCov2. Ou novo coronavírus, como ficou mundialmente conhecido o patógeno mortal gerador da Covid-19. Uma nódoa triste e revoltante, sabendo-se que desses meio milhão de vidas perdidas, pelo menos 3/4 disso, ou 400 mil pessoas - segundo estimativas irrebatíveis da ciência - poderiam ser poupadas de triste destino caso não estivéssemos sob um governo irresponsável e negacionista.
E caberá aos tribunais dos homens e da história, daqui e do exterior, atestar se o seu líder máximo, o presidente da república Jair Bolsonaro, conduziu de modo deliberado seus compatriotas ao precipício através de ações cada vez mais caracterizadas como genocídio. A CPI tocada no Senado tem reunido elementos que comprovam os crimes de lesa-humanidade do funesto governante contra seu próprio povo.
Aqui em São Gonçalo, neste mesmo sábado, foram oficialmente registradas 2.613 mortes de nossos irmãos pela doença. Tanto no Brasil como em nossa terra, não há mais quem não conheça alguém marcado pela perda de um familiar ou ente querido para a pior praga sanitária já enfrentada pelos brasileiros em 100 anos. Que só não é pior porque ainda temos o SUS, talvez o único consenso em meio a essa trágica experiência.
Perdemos nessa pandemia amigos queridos e fundamentais para a cidade, em todas as áreas, simbolizados no dr. Augusto Senna na Saúde, no sambista Rico Medeiros, na atriz Érika Ferreira e no professor Altivo Aleixo.
Na Saúde, aliás, não posso deixar de registrar as terríveis perdas que tivemos de profissionais que atuaram na linha de frente em combate ao coronavírus em nosso município. Médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, pessoal de apoio. Nossa eterna gratidão!
Todos que partiram farão muita falta em nosso esforço de superação dos enormes desafios que São Gonçalo deve enfrentar e vencer para encontrar novamente desenvolvimento e prosperidade que tanto almejamos.
A todas e todos, que se foram e aos que ainda sofrem com a perda de um ente querido, rendo minhas homenagens e solidariedade. A pandemia vai passar.
Dimas Gadelha é médico sanitarista, secretário de Gestão e Metas de Maricá e ex-secretário de Saúde de São Gonçalo.