A muamba do bozo e a quadrilha de punguistas
Por Helcio Albano
Ficamos sabendo através do Estadão que a ditadura barra-pesada da Arábia Saudita presenteou duplamente a família Bolsonaro.
O mimo mais caro, que seria destinado à ex-primeira-dama, Michelle, é um conjunto de joias de diamantes da Chopard avaliado em R$ 16,5 milhões, que ficou retido na delegacia da Receita Federal, em Guarulhos, por omissão de origem.
Quando isso acontece, o carregamento é tratado como contrabando, muamba. É avaliado o seu valor, cobrado 50% de imposto e mais 25% de multa do muambeiro caso ele queira retirar a peça. Se não o fizer, a Receita tem a prerrogativa de levar a leilão o que entrou ilegalmente no país.
Esses são os fatos, mas o contexto do quiprocó é que deixa tudo mais interessante.
A apreensão da muamba se deu em outubro de 2021 na comitiva do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, quando retornava do país saudita após visita oficial.
No mês seguinte, em novembro, a Petrobras, subordinada à pasta de Albuquerque, concluiu a venda da Refinaria de Mataripe, na Bahia, a um fundo de pensão árabe por R$ 1,6 bilhão, metade do preço avaliado pela própria petrolífera à época. Não precisa ser um CSI para ligar os pontos.
Nas redes a galera não perdoou, e logo elevou a "Micheque" à condição de "Mixeique das Arábias". Mas nesse caso, preciso socorrer a crente das rachadinhas.
A apreensão das joias e as sucessivas tentativas de retirá-las só vêm reforçar o que já se sabia, que o governo Bolsonaro nada mais foi que uma mistura de Praça da Sé com Vale do Anhangabaú na década de 80 recheada de batedores de carteira.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.