A marcha dos insensatos rumo à borda da terra plana
Por Helcio Albano
Oito dias após o 2º turno das eleições e da confirmação da vitória épica de Lula sobre o bozo e toda a máquina estatal e empresarial por ele mobilizada, o país aos poucos volta à sua rotina.
Isso é constatado nas manchetes de sites e jornais, que se não ignoram os assuntos políticos, dão a eles menos destaque. O que é fundamental para recuperarmos nossa saúde mental, gravemente comprometida depois de tantos anos sendo obrigado a transitar na terra plana bolsonarista.
Vemos que a Copa do Qatar começa a tomar corpo com os 26 do Tite. O triunfo do Vasco da Gama sobre o Ituano brilha no papel e telas de todos os jornais do país. A morte do ex-ator e pastor Guilherme de Pádua é a única coisa que lembra o demônio. Resquícios da terra plana no noticiário. Como se sabe, o assassino da Daniela Perez era um ferrenho defensor da besta.
Veículos do grupo Globo, desde TV até o popular Extra, estampam o que importa à nossa vida em relação à Economia e à Educação. Os preparativos para a reunião dos países na COP27 no Egito para discutir o clima e o meio ambiente voltam a ser uma pauta importante no debate público. No UOL, a manchete de capa é sobre o veneno dos alimentos ultraprocessados. Coisa impensável nos últimos 4 anos.
A vida segue o seu rumo. O que não quer dizer que tenha desaparecido a realidade paralela do WhatsApp. Eles estão lá, vestidos de Louro José, saudando bandeiras da Havan e marchando rumo à borda da terra plana.
Se dela caírem, não virarão notícia.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.
