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7 em cada 10 trabalhadores de Niterói moram em São Gonçalo

Por Helcio Albano

Milhares de pessoas passam diariamente por esse terminal/Foto: Reprodução - Arte: Jornal Daki
Milhares de pessoas passam diariamente por esse terminal/Foto: Reprodução - Arte: Jornal Daki

"Moro em São Gonçalo, trabalho em Niterói." Esse trecho, que parodiei do rap Fazenda dos Mineiros, de Roni e MC Sargento - que, aliás, entrevistei no Programa Daki no último sábado, vê lá em nosso canal do YouTube - é literalmente a realidade de milhares e milhares de trabalhadores e trabalhadoras gonçalenses que todos os dias saem de sua cidade de origem para encarar o batente no município vizinho.


Segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) realizada em 2021, 72% dos empregos formais da "Cidade Sorriso" são ocupados por moradores de Gonça City. Isso quer dizer que 7 entre 10 pessoas que geram a riqueza niteroiense são de São Gonçalo. Por um outro lado, apenas 25% da força laborativa formal gonçalense é aproveitada dentro da própria cidade. Surpresa nenhuma.



Esses dados - desconsiderando a informalidade - reacendem o debate se o "patinho feio" do leste fluminense continua ou não sendo "cidade dormitório". Em São Gonçalo, de acordo com o Caged, o grosso dos empregos vem das atividades do comércio e de serviços, com remuneração média de 1,2 salário mínimo. Situação essa que revela nossas fragilidades estruturais e que nos perseguem há décadas, desde quando se iniciou o esvaziamento econômico do município nos anos 1970 como resultado do lavourismo e da fusão do estado do Rio com a Guanabara.


Como sair dessa? Primeiro, é saber que isso não é um beco sem saída de fisiologismos e de mediocridade, mas sim uma encruzilhada.


Agora é escolher por e pra onde seguir.


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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.


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