22 de junho: 'Bozo Day' e o destino das almas sebosas
Por Helcio Albano
Hoje, 22 de junho do ano da Graça de Nosso Senhor de 2023, muito provavelmente os ministros do TSE vão condenar o bozo inelegível pela excrescência de maldizer o próprio país e o seu sistema eleitoral a estrangeiros no interior do Palácio do Alvorada, residência oficial da presidência. Isso ocorreu em junho de 2022, pouco antes do início da campanha que reconduziria Lula ao mesmo palácio maculado pelo coisa ruim.
O bozo foi uma espécie de vírus que por 30 anos subsistiu congelado pelas instituições democráticas criadas após duas décadas de ditadura. Porém, a fervura política a partir de 2013 derreteu as bases institucionais e o bom senso, possibilitando ressurgir do subsolo o patógeno que carrega o gene originário do Brasil, escravista e violento. Que tem no Exército seu agente de tutela.
Em verdade vos digo: o bozo é um bucha, regiamente recompensado pra ser descartado após a missão cumprida. E que missão foi essa? Levar os milicos novamente pro centro do poder. Agora com uma ordem neoliberal rearranjada no arcabouço de mr. Haddad e com ministérios e ministros "progressistas" que carregam mais simbolismo do que coisa concreta de transformação real do país.
Como dizia dona Eliane Nanci, "é o que tem pra hoje". O serpentário GSI, por exemplo, continua firme com os milicos.
No bom minidoc sobre os forças especiais (FEs) "kids pretos", da piauí, tem um momento que, num discurso, bozo fala que os FEs, pra cumprir uma missão, estão dispostos a tudo, até "perder a vida ou a reputação".
Mauro Cid é FE e tá conseguindo livrar a cara do Alto Comando do Exército na tramoia do golpe...
Plus
Bom, só que o golpe já aconteceu. Foi em abril de 2016 arranjado e conduzido pelo Cunha, lembra? "Deus tenha misericórdia desta nação", disse o canalha que, serviço feito, foi preso e cassado.
Dilma caiu e assume Temer, que loteou ministérios com a milicada com sangue nos olhos por causa da instalação da comissão da verdade pela presidenta para investigar os crimes verde-oliva, azul e branco nos porões da ditadura.
E quais ministérios ficam sob controle dos generais? Defesa e GSI. Do outro lado da praça, Toffoli nomeava pra seu gabinete o general Fernando Azevedo e Silva, que com bozo assumiria a Defesa e depois a articulação política que criaria o famigerado orçamento secreto, dado de presente a Lira.
Pegou a visão? Milico é pragmático. Com dinheiro da viúva, aí é moleza.
Bônus
Com bozo, os milicos controlaram diretamente 9 dos 23 ministérios. Fora autarquias dentro dos 23 ministérios, como Saúde, por exemplo, na catastrófica condução da pandemia. O governo era, de fato, militar. Aliás, ainda mais militar que na época da ditadura, onde civis ocuparam maior espaço.
Bônus-Track
Agora, o bozo que sempre quis ser um FE, fez prova duas vezes mas levou bomba, vai para o cadafalso em sacrifício a algo maior que é manter as coisas como estão, sob controle e tutela da milicada que já tem na manga outro milico, este menos histriônico, mais polido: Tarcísio de Freitas...
Os milicos conseguiram focar as atenções no espantalho. Parabéns pra eles.
O Brasil tem a democracia que a ditadura gosta...
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