Juiz ladrão, por Helcio Albano
O ministro da justiça, Sergio Moro, esteve na Câmara dos deputados na terça (3/7) para explicar aos parlamentares as incomposturas cometidas quando juiz em Curitiba à frente da Operação LavaJato, como indica o Intercept Brasil.
Moro foi indagado, sobretudo por deputados da oposição, se as conversas vazadas entre ele e os procuradores realmente existiram. Com sua voz característica de marreco de Maringá, demonstrando mal-estar e sem encarar de frente os duros interlocutores - muito mais duros que os senadores em audiência há 10 dias - repetiu a mesma ladainha de sempre que:
1. foi um vazamento ilegal cometido por ‘hackers’;
2. não reconhece as conversas;
3. mas se houve as conversas, não vê nada de mais.
Isso tudo no mesmo momento em que se descobrira que ele, Moro, em represália, colocara a Polícia Federal e o Coaf pra fuçarem a vida bancário-financeira do jornalista Glenn Greenwald, coisa que só acontece em ditaduras.
Lá pelas tantas, o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), numa analogia, dispara: “no futuro, os livros de História lembrarão do senhor como um juiz que se corrompeu, como um juiz ladrão. A população brasileira não vai aceitar como fato consumado um juiz que ganhou uma recompensa para atingir a democracia”...
O juiz que nos roubou sonhos.
Plus
Lentamente lideranças sindicais, partidárias e estudantis de São Gonçalo se movimentam visando as eleições de 2020. Vem novidade (nova) por aí.
Helcio Albano é jornalista e editor do Jornal Daki.